O Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães, recebeu, esta sexta-feira, a visita do ministro da Saúde da Guiné-Bissau, Dionísio Cumbà. O governante guineense veio agradecer a cooperação dos profissionais do Hospital de Guimarães e a "disponibilidade de meios" para ajudar o seu país.
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Apesar da visita de Dionísio Cumbà acontecer a título particular, a oportunidade foi aproveitada para assinar um memorando de entendimento entre o Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães (HSOG) e o Estado da Guiné-Bissau, "para uma maior cooperação em outras áreas da saúde além daquelas em que já colaboramos", esclareceu Henrique Capelas, presidente do conselho de administração do HSOG.
Além de outras cooperações pontuais, mesmo durante o período da pandemia, o HSOG, enquanto um dos três hospitais ligados à Universidade do Minho - os outros são os Braga e Viana do Castelo -, está envolvido no programa da União Europeia "Ianda Guiné!". O objetivo deste projeto, cofinanciado pelo Instituto Camões e pela Fundação Calouste Gulbenkian, é contribuir para a cobertura universal de saúde na Guiné-Bissau, através do fortalecimento da governação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) e melhorar a qualidade e quantidade dos profissionais de saúde.
O ministro da Saúde guineense aponta a falta de médicos especialistas como uma das lacunas na assistência médica no seu país. O governante, ele próprio médico, exemplifica lembrando a sua experiência profissional, em que teve que fazer cirurgia pediátrica sem anestesista. "O país sempre viveu em instabilidade política e o setor que mais sofreu foi o da saúde", afirma Dionísio Cumbà.
30 especialistas em formação
Ao abrigo do "Ianda Guiné!", estão em formação 30 médicos. Segundo José Furtado, diretor do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HSOG, "trata-se de formar médicos diferenciados, isto porque não é possível formar especialistas num programa de dois anos".
Estes clínicos estão a receber formação nas áreas de medicina interna, ginecologia, anestesiologia e cirurgia geral e deverão, no segundo semestre de 2022, continuar a sua formação em Portugal. A capacitação destes médicos deverá ficar completa em 2023, depois de um novo ciclo de formação, com os formadores portugueses na Guiné-Bissau.
"Devemos aproveitar tudo o que Portugal tem para nos dar e que temos subaproveitado", reconhece o médico luso-guineense, a trabalhar no HSOG, Hans Dabo.