Foi tudo muito rápido. Gabriel, de cinco anos, estava com a avó na mercearia em frente a casa quando terá fugido "de repente" da sua vista. Foi na procura pelo menino, diagnosticado com autismo, que a família descobriu a tragédia. Gabriel foi atropelado junto à Escola Básica Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia. Ao volante do veículo seguia o vereador José Guilherme Aguiar, da Câmara de Gaia. Entre a vizinhança, Gabriel é recordado como um menino "dócil" e "muito estimado".
Corpo do artigo
15298788
O alerta para o acidente foi dado pouco depois das 18.20 horas. O atropelamento aconteceu no entroncamento da Travessa José Fontana com a Rua D. Henrique de Cernache, numa zona de muito trânsito e onde há duas escolas. Quando as equipas de socorro chegaram, o menino estava em paragem cardiorrespiratória. Foram feitas manobras de reanimação, mas o óbito acabou por ser declarado no local.
"A minha mãe foi buscar o menino à escola, veio com ele para casa e deu-lhe um iogurte. Como a minha mãe e o meu filho, muitas vezes, costumam ajudar o senhor Alves, da lojinha, eles foram ajudá-lo com as compras. O meu menino fugiu de repente. A minha mãe foi à procura dele, pensava que tinham levado o menino. Foi quando soubemos que ele foi encontrado atropelado", contou ao JN Ana Almeida, a mãe do pequeno Gabriel, acreditando ter-se passado "cerca de meia hora" entre o desaparecimento e a notícia de que o filho tinha sido atropelado.
15300623
Ana Almeida estava na empresa onde está a estagiar quando soube do desaparecimento do filho. "Entrei em desespero. Ainda nem sabia que ele tinha sido atropelado. Só depois é que me disseram", recordou a mãe, lavada em lágrimas.
Ana Almeida diz não culpar ninguém pelo acidente e garante ainda não ter sido contactada pelo condutor do carro que atropelou o seu filho. A família, que vive com algumas dificuldades económicas, está agora a tratar das cerimónias fúnebres. Ainda não há data para a realização do funeral.
Gabriel Almeida Bastos, de cinco anos, vivia com os avós, a mãe e a irmã. Estudava na Escola Básica das Devesas. Entre a vizinhança, Gabriel é recordado como um menino "dócil" e "muito estimado". Não só pela família, mas "por toda a gente". "Era um menino muito querido e toda a gente gostava da criança. Era dócil", garantiu ao JN um vizinho, que não quis ser identificado.