A Empresa do Metro vai avançar com um novo sistema para controlar a validação de bilhetes nas estações subterrâneas. A deteção dos infratores vai ser feita através de sensores, numa solução que será implementada, a título experimental, na estação da Casa da Música, no Porto.
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O sistema permitirá "detetar ações, movimentos e direções dos utilizadores do serviço de transporte no seu percurso de acesso ao metro, sem invadir a privacidade", explica a Hitachi Consulting, que idealizou o modelo. A forma como será feito o alerta para as situações de infração ainda não está definida.
Na prática, os sensores permitirão detetar quem tem andante válido, quem tem e não validou e quem não possui o título. O sistema será dotado de "inteligência artificial" que permitirá identificar casos de pessoas que acedem às estações e não vão para o metro, como acontece com quem vai deixar ou esperar alguém ou quem se dirige a algum dos espaços comerciais que há nas gares subterrâneas. Daí a importância de detetar os movimentos e os percursos dos utentes.
O projeto-piloto, com um custo de 100 mil euros, será implementado até setembro no acesso da estação da Casa da Música pelo lado da Avenida de França. Após um período experimental, a Metro decidirá se o projeto é para avançar e alargar a todas as 15 estações subterrâneas da rede, onde se regista 80% da procura. Atualmente, há entre 250 mil e 260 mil validações por dia.
Plataforma
O problema da fraude na Metro do Porto, que tem um sistema aberto, sem barreiras físicas no acesso às estações, é recorrente. Na tentativa de encontrar uma solução, a empresa procurou ajuda na Inocrowd. Trata-se de uma plataforma interativa especializada em fornecer serviços e gerar ideias para problemas ali colocados. Congrega cerca de 600 mil colaboradores registados (entre prestadores de serviços e empresas) que podem candidatar-se aos desafios propostos.
Duas soluções
No caso da Metro do Porto, houve 44 interessados. Foram apresentadas 12 soluções e a empresa escolheu duas "com potencial e viabilidade de execução", que dividiram o prémio de 15 mil euros. Por agora, avançará a proposta da Hitachi.
A Metro impôs que a solução não implicasse mudar a natureza aberta do sistema e a salvaguarda da privacidade dos utentes. Excluíam-se, por exemplo, os registos fotográficos.
Dados
Números da fraude
Não há cifras definitivas sobre os níveis de fraude. O único indicador é o que conjuga o número de autos emitidos com as fiscalizações efetuadas, o que dá uma taxa de 1,5%. A própria empresa admite que esse valor peca por defeito. O nível de fraude será bem superior.
Multibanco em julho
Ainda não é possível carregar as assinaturas mensais no multibanco. Na sequência da introdução do passe único, foi preciso atualizar o sistema e, de acordo com fonte da Metro, a SIBS, responsável pela rede de multibancos, afirma que só terá o processo concluído em julho. Os carregamentos no multibanco representam 5% do total.