Estudo encomendado pelo Município vimaranense aponta que ligação à futura estação de Braga em canal dedicado rondará os 45 minutos.
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A forma mais rápida de ligar Guimarães à alta velocidade (45 minutos) é a criação de um canal dedicado direto a Braga, com um ramal de conexão ao Avepark, que poderá ser aproveitado para metro ligeiro (LRT - Light Rail Transit) ou para autocarro rápido (BRT - Bus Rapid Transit). A conclusão resulta do "Estudo de apoio à decisão para a interconectividade de Guimarães com a rede ferroviária de alta velocidade", apresentado pela Autarquia da Cidade Berço.
O documento final aponta três possibilidades para a ligação: pelo Porto, em comboio pesado através da estação de Campanhã; por Famalicão, em metro ligeiro ou metrobus, com transbordo para a Linha do Minho; ou uma ligação direta a Braga, em metro ligeiro ou metrobus.
O ex-secretário de Estado e professor da Universidade do Minho José Gomes Mendes, responsável pelo estudo, parte do princípio que a estação incluída no projeto será construída em Braga. O trabalho foca-se em apontar as soluções possíveis para a ligar a Guimarães.
O estudo acentua ainda que a ligação à estação de Campanhã, por metro ou comboio pesado, através do canal já existente, é posta de lado, porque a densidade populacional não justifica os investimentos necessários na linha e em material circulante.
"Não se vislumbra qualquer viabilidade ao nível da procura que justifique o pesadíssimo investimento numa solução ferroviária, cujo custo de infraestrutura pode chegar às várias dezenas de milhões de euros por quilómetro, além de um custo de operação também ele muito elevado", lê-se no documento produzido a partir do estudo.
Opções mais demoradas
Por outro lado, a opção de ligar a Cidade Berço à estação ferroviária de alta velocidade, via Famalicão, na opinião de José Gomes Mendes, tem a vantagem de "melhorar os transportes na faixa ao longo destas duas cidades". Neste caso, o estudo prevê a criação de um corredor dedicado, que poderá servir para instalar uma linha de metro ligeiro ou autocarro rápido.
Esta solução afigura-se, porém, como a mais demorada: 82 minutos para chegar a Braga, com dois transbordos. Aliás, mesmo a ligação ao Porto, via Campanhã, por comboio ou metro convencional (HRT - Heavy Rail Trânsito), demoraria 75 minutos.
Para José Gomes Mendes, esta ligação poderia ser a "primeira perna de um sistema de transporte de alta performance, em via dedicada, a ligar as cidades do Quadrilátero [Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães], tal como tem sido reivindicado pelos autarcas".
Tendo em conta os valores inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência para este tipo de projetos - 300 milhões de euros - o especialista apela ao pragmatismo.
"Estima-se como aceitável o acesso a um montante de financiamento da ordem dos 100 milhões de euros", avisa. E é este constrangimento que o leva a apontar o metrobus como a solução mais viável.
Investimentos
301,5 milhões de euros é o custo estimado para a construção de uma linha de metro ligeiro entre Guimarães e a futura estação de alta velocidade.
79 milhões de euros é o preço da construção de um canal dedicado para metrobus com ligação ao sistema de BRT anunciado para Braga e conexão à estação de alta velocidade.