O metrobus vai ligar a Casa da Música, na Boavista, no Porto, à rotunda da Anémona, em Matosinhos. O anúncio foi feito, esta quarta-feira, pelo ministro do Ambiente, Matos Fernandes, na sede da empresa Metro do Porto. O plano inicial previa só a ligação da Boavista à Praça do Império (Porto), mas a folga orçamental permite a extensão até Matosinhos, com passagem pelo Castelo do Queijo.
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O metrobus, ou Bus Rapid Transit (BRT), terá oito estações entre a Casa da Música e a Praça do Império, num total de 4,2 quilómetros. Os veículos, movidos a hidrogénio verde, terão uma frequência de passagem de 10 em 10 minutos. Na Avenida do Marechal Gomes da Costa, a circulação será feita pela esquerda na faixa de rodagem.
Segundo o autarca Rui Moreira, também presente esta quarta-feira na assinatura do contrato de conceção e construção do percurso Boavista/Império, as árvores do eixo central da Avenida do Marechal Gomes da Costa não serão afetadas pelo BRT.
Como explicou Tiago Braga, presidente da Metro do Porto, o envelope financeiro era de 45 milhões de euros, mas houve uma folga de 20 milhões de euros que possibilitou o prolongamento até à Anémona, em Matosinhos.
No cruzamento das avenidas da Boavista e do Marechal Gomes da Costa será construída uma nova rotunda, que levará depois os veículos para a Praça do Império ou para Matosinhos.
O extensão até à Anémona, de 3,95 quilómetros, contará com cinco estações: Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e rotunda da Anémona.
Rui Moreira assinalou que esta extensão servirá a comunidade estudantil da escola Garcia de Orta, assim como quem se desloca ao Parque da Cidade e à zona das praias. O parque de estacionamento subterrâneo existente no Castelo do Queijo servirá como interface para quem faz uso do automóvel.
Está previsto que a empreitada na linha Boavista/Império arranque no terceiro trimestre deste ano. Também para esse período está planeado o lançamento do concurso público para a extensão até à Anémona. O prazo da obra para colocar o BRT na estrada termina em dezembro de 2023.
O investimento está coberto, a 100%, pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). No metrobus Boavista/Império, que contará com 12 veículos, o "valor total é de 66 milhões de euros", como anotou Tiago Braga, pois este montante inclui a despesa com o material circulante e o posto para abastecimento e produção de hidrogénio.
Como foi tornado público, na apresentação do projeto, entre a Casa da Música e a Praça do Império, haverá estações no Bom Sucesso, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves e João Barros.
"É um projeto singular a nível europeu", destacou Matos Fernandes, que está prestes a deixar de ser ministro. "Sou o ministro do Ambiente que ficou mais tempo no cargo, ao longo de seis anos e quatro meses. Sinto orgulho pelo que fiz e pelo que fez a minha equipa. O sentimento é do dever cumprido. É um final de ciclo por opção própria", declarou.