A falta de trabalho e de meios de subsistência, nomeadamente para alugar uma casa, ainda que dividida com mais de uma dezena de pessoas, entre muitos dos migrantes, de origem industânica ou africana, que vivem em Beja ou localidades vizinhas, tem levado a que ocupem habitações devolutas de forma clandestina.
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As situações de vandalismo acontecem devido ao abandono dos prédios por parte dos proprietários. A maioria já não reside na cidade e perde interesse nos imóveis face ao estado de degradação a que chegaram, obrigando a que a sua recuperação implique um avultado investimento.
O último caso de degradação extrema e de entrada indevida de pessoas aconteceu numa habitação localizada no Centro Histórico de Beja, na Rua dos Infantes. O edifício tem ligação a outra rua paralela e pertence a uma família conhecida na cidade, mas que reside em Lisboa.
Tudo começou com um alerta nas redes sociais, que deu origem a uma denúncia junto dos Serviços Técnicos da Câmara Municipal de Beja que, por sua vez, já estiveram no local a fazer uma inspeção ao espaço, para depois fazer um relatório para o Executivo.
Fonte do Município disse ao JN que, “após a análise do relatório, será feita a intimação coerciva do proprietário para efetuar os melhoramentos na habitação. Caso tal não aconteça, a edilidade toma posse administrativa da habitação, efetua a obra e notifica o dono para efetuar o pagamento dos custos”.
Paulo Arsénio, presidente do Município de Beja, justificou que “logo que chegue ao nosso conhecimento, procedemos em conformidade e através da Proteção Civil Municipal entaipamos as habitações”.
A autarquia já procedeu ao entaipamento de várias habitações, espalhadas por diversos pontos de Beja, cujas portas ou janelas foram vandalizadas por pessoas que buscam um sítio para pernoitar.
O último grande entaipamento na cidade ocorreu a 13 de fevereiro, quando a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) procedeu ao fecho de portas e janelas do “Edifício Refer”, alugado pelas Infraestruturas de Portugal, que desde fevereiro de 2017 que servia de local de abrigo a cerca de quatro dezenas de cidadãos de Portugal, Marrocos, Argélia e Gâmbia, todos desempregados, transferidos para um Centro de Acolhimento Temporário, criado pela Câmara de Beja, entretanto já desativado.