Os 300 mil euros necessários para fazer obras de reabilitação na cobertura do Coliseu do Porto vão ser financiados pelo Ministério da Cultura em 150 mil euros, pela Câmara do Porto em 100 mil euros e os restantes 50 mil ficam a cargo de outros associados. O protocolo foi assinado esta terça-feira, no Porto.
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Está formalizado o acordo entre o Ministério da Cultura e a Câmara do Porto para financiar as obras de reabilitação da cobertura do Coliseu. A intervenção terá um custo de 300 mil euros e será financiada pelas duas entidades: 150 mil euros do Governo e 100 mil da Câmara do Porto. Os 50 mil euros restantes serão assumidos pela Associação Comercial do Porto, Irmandande dos Clérigos e outras contribuições individuais. A despesa não será assumida em partes iguais, como tinha avançado inicialmente a tutela.
Contudo, falta consenso entre os autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) para avançar com uma candidatura a fundos europeus que possa suportar a despesa de uma outra empreitada de fundo naquela sala de espetáculos. A intervenção na cobertura não será suficiente. Sem entendimento, a concessão do equipamento pode voltar a estar em cima da mesa, alertou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
O tema tem provocado muita preocupação também a Miguel Guedes, presidente da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto, apelando a uma "clarificação" entre os autarcas para "não hipotecar a candidatura".
O protocolo assinado esta terça-feira no Porto entre a Direção Regional de Cultura do Norte, a Direção Geral do Património Cultural e a Associação dos Amigos do Coliseu do Porto "assegura a transferência de 150 mil euros para a realização de obras de reabilitação da cobertura", adianta a tutela em comunicado enviado às redações. Esta é considerada "uma intervenção urgente e de extrema importância para a manutenção de uma das salas mais emblemáticas do país". A tutela adianta ainda que, em 2024, será atribuído "o valor de 200 mil euros destinados à produção de atividades do Coliseu do Porto".
Para o Ministério da Cultura, este protocolo representa "uma cooperação profícua no que concerce à salvaguarda e valorização do Coliseu do Porto, mediante um programa de intervenção que assume caráter prioritário". Além disso, acrescenta a tutela em comunicado, "desta forma, o Ministério da Cultura acompanha a autarquia naquela que é uma intervenção urgente e de extrema importância para manutenção de uma das salas mais emblemáticas do país".
Falta de consenso na AMP pode ressuscitar concessão do Coliseu
Perante o desentendimento entre os 17 autarcas da AMP, Rui Moreira disse que a Câmara estaria disposta a avançar com uma candidatura sozinha. No entanto, ao JN, admitiu: "Não sei se podemos". "Vamos fazer os possíveis", disse, reconhecendo que a verba do próprio Município referente aos fundos "já estava distribuída".
O fantasma da concessão surgiu perante uma nova deliberação do Conselho Metropolitano, no passado dia 15, sobre a distribuição do apoio a dar por cada um dos 17 municípios, fruto da eventual candidatura a fundos europeus. Sete municípios votaram contra. Em causa estariam, em alguns casos, "cento e poucos mil euros", referiu Moreira.