Ministra inaugura obras no valor de mais de cinco milhões de euros no Hospital de Bragança

Foto: Rui Manuel Ferreira/Arquivo
A falta de empresas de construção civil está a atrasar a concretização de vários projetos na Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE), onde a ministra da tutela inaugurou esta sexta-feira várias requalificações no hospital de Bragança, no valor de cerca de cinco milhões de euros.
Carlos Vaz, presidente da ULSNE, indicou que as dificuldades de contratação de empreiteiros estão a atrasar o lançamento de obras, nomeadamente nos centros de saúde. "Temos aberto concursos e, às vezes, só são entregues à terceira vez", admitiu Carlos Vaz.
Ainda assim, nos últimos cinco anos a ULSNE concretizou obras no valor de 25 milhões. "Algumas que ainda estão em concurso", explicou o presidente da ULSNE que está de saída do cargo por ter atingido a idade limite de 70 anos.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, descerrou a placa das novas instalações dos Serviços de Patologia Clínica e Imuno-hemoterapia, integradas no projeto que contempla ainda o novo Bloco Operatório, uma infraestrutura com tecnologia de ponta e três salas cirúrgicas de última geração. Trata-se de um investimento global de cerca de cinco milhões de euros, financiado em cerca de 3,2 milhões por fundos comunitários, através dos Programas Regionais - Norte 2020 e Norte 2030, acrescendo ainda o investimento em equipamentos tecnológicos, de cerca de 1,5 milhões de euros, financiados em cerca de 680 mil euros pelo Programa Regional Norte 2030.
A titular da pasta da Saúde inaugurou as obras, mas não quis falar aos jornalistas, tendo tomado a palavra o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, Álvaro Almeida que sublinhou que a principal preocupação "é servir os cidadãos e servir o melhor possível" e que a requalificação do Hospital de Bragança "permite melhores condições de trabalho para profissionais, o que é importante, e permite melhores condições de atendimento para os utentes".
Álvaro Santos Almeida foi evasivo na resposta sobre a urgência-médico cirúrgica de Mirandela, fechada há cerca de dois anos, porque os médicos foram alocados à de Bragança. "Temos vários instrumentos para a colocação de médicos, mas nenhum deles, só por si, resolve o problema. Como as vagas carenciadas, ou seja, a capacidade de contratar médicos em condições mais favoráveis nessas zonas mais carenciadas, ou a criação de centros de responsabilidade integrada, como existe aqui em Bragança na área da Psiquiatria, que permitiu atrair psiquiátricos para o Nordeste".
O responsável do SNS sublinhou que a falta de médicos "não é específica" das regiões do Interior. "É um de Portugal", admitiu.
Sobre a falta de médicos no Interior, Álvaro Santos Almeida disse que discriminação positiva no que respeita a essa carência "não se faz com as vagas para formação", sublinhando que essa discriminação "se faz após a formação na colocação de médicos internos".
Álvaro Santos Almeida garantiu que se tem "privilegiado o Interior e se tem sistematicamente aberto menos vagas nos grandes hospitais do que os internos que eles formaram, precisamente para que estes vão para outros do Interior, onde não fizeram formação e aí temos uma série de instrumentos que utilizamos, como as vagas carenciadas, como essa discriminação positiva na abertura de vagas para médicos especialistas, que são destinadas a privilegiar o Interior", acrescentou.
O diretor do SNS deu como exemplo o Hospital de Lamego que, no último concurso, recebeu cinco médicos para Medicina Interna. "O maior contributo para médicos internos foi para uma ULSN do Interior", afirmou.
Sem querer anunciar quem será o novo presidente do conselho de administração da ULSNE, Álvaro Almeida disse que a saída de Carlos Vaz é "uma perda" para o SNS, porque é "a personificação de uma carreira dedicada ao serviço dos cidadãos".
