O ministro do Estado e Finanças admitiu ontem que o artesanato tem dificuldades devido às especifidades próprias deste tipo de comércio, muitas vezes confundido com áreas industriais.
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Teixeira dos Santos interrompeu o período de férias para se deslocar a Vila Verde e defender o artesanato português. À margem da inauguração da exposição “Certificação da Olaria e Figurado”, peças de olaria de Barcelos certificadas pela ADERE Minho, o ministro falou em legislação própria para quem se dedica a este tipo de comércio.
“O facto de haver já um registo das peças com a indicação de origem é importante e ficará automaticamente integrada no processo de certificação que está a ser preparado pelo ministério do Trabalho, no âmbito da secretaria de Estado do Emprego e Formação Profissional”, garantiu o ministro que admitiu ainda que este tipo de comércio não pode ser confundido com áreas mais industrializadas. “Isto é fundamental para os artesãos e é uma forma de garantir empregos, protegê-los e afirmar a região onde eles são produzidos. Por isso, o Governo está a trabalhar num quadro legislativo que promova os produtos artesanais e que proteja a actividade artesanal. O governo tem que apoiar esta actividade”, sublinhou Teixeira dos Santos.
Já o presidente da Câmara de Barcelos, Miguel Costa Gomes, e a propósito de problemas de legislação do sector artesanal, com forte implementação sócio-económica em Barcelos, havia feito um apelo ao Ministro: “Um olhar diferente para o sector do ponto de vista da fiscalidade e flexibilidade, proporcionando uma descriminação positiva no sentido de assegurar a continuidade e o futuro de uma riqueza que é de todos”.
Os artesãos presentes na inauguração da exposição, garantiram ao JN que a certificação vem ajudar. “Há pessoas que comem gato por lebre. Desta formas as pessoas levam um produto que sabem que é genuíno”, referiu Júlia Côta, artesã de barro e neta do artesão que fez o primeiro galo de Barcelos.