José Sócrates considera que a unidade de Mira da Pescanova é o primeiro passo para a criação de um "cluster da aquicultura" em Portugal. A Acuinova, ontem inaugurada, contou com um investimento de 140 milhões de euros.
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É a maior unidade do mundo de aquicultura para a produção de pregado e está localizada no concelho de Mira. A Acuinova, propriedade do Grupo Pescanova, contou com um investimento total de 140 milhões de euros e irá criar 200 postos de trabalho directos e 600 indirectos.
O primeiro-ministro considera que esta unidade é o primeiro passo "para a criação, em Portugal, de um cluster da aquicultura". "Este investimento duplica aquilo que hoje em dia é a produção de aquicultura do nosso País e por isso veio dar uma nova dimensão e escala a este sector que é uma aposta de futuro", disse José Sócrates.
A nova unidade da Pescanova em Portugal foi construída num tempo recorde de apenas um ano e meio. As obras foram iniciadas em Novembro de 2007 e em Outubro de 2008 eram colocados nos tanques os primeiros pregados.
"Contra ventos e marés, e apesar de todos os obstáculos, esta fábrica fez-se e está a funcionar", sublinhou o primeiro-ministro, elogiando o trabalho desenvolvido pelo Grupo Pescanova e "pela administração pública nacional". E diz-se "orgulhoso" pelo facto de "termos mostrado que somos capazes de trabalhar bem para continuar a atrair investimento".
Sócrates considera ainda que a Acuinova irá contribuir "para o aumento das exportações e para a criação de mais emprego". "É disto que o país precisa. O peixe que aqui se vai produzir, irá ser vendido no mundo inteiro", disse o primeiro-ministro, acrescentando que "irá ainda ajudar a promover a investigação e o conhecimento das nossas universidades".
Recorde-se que a unidade de Mira é também considerada uma referência ao nível do desenvolvimento tecnológico, contando com um sistema inovador e pioneiro a nível mundial "que abarca todos os processos, desde o crescimento do pregado, à fábrica de processamento e embalamento", explicou Manuel de Sousa-Faro, presidente do Grupo Pescanova.
"Estou confiante de que tornaremos este projecto numa referência a nível europeu e mundial. Portugal conseguiu perceber que a aquicultura é o futuro e por isso apostou neste nosso projecto", disse Sousa-Faro, sublinhando o facto da nova fábrica "fortalecer o tecido empresarial e duplicar a produção aquícola anual".
O presidente do Grupo Pescanova defende ainda que esta unidade "marca um antes e um depois para Mira e para Portugal. O pregado vai gerar riqueza e progresso e por isso Mira será uma referência em todo o mundo".
João Reigota, presidente da Câmara de Mira, não escondeu a satisfação. Acredita que a unidade irá trazer "mais e melhor desenvolvimento", além dos postos de trabalho que irá criar. O autarca foi um dos que mais se empenhou na concretização do negócio, que no início teve alguns problemas pelo facto da unidade ficar implementada numa zona de Rede Natura, num total de 20 mil hectares.
Ontem, na cerimónia de inauguração, ficou comprovada a ligação da Pescanova com o município de Mira. Centenas de populares foram convidados a participar naquele que foi considerado, por muitos, "um momento histórico".