A Molaflex, Colchões S.A, em Santa Maria da Feira, tem atividade laboral suspensa até ao próximo dia 19 de abril. A empresa justifica a medida com problemas relacionados com a Covid-19. O Bloco de Esquerda acusa a empresa de ter aproveitado para dispensar 150 trabalhadores temporários.
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De acordo com o BE, a Molaflex dispensou 150 trabalhadores que ali se encontravam a prestar serviço "há de sete ou oito anos", através de empresas de trabalho temporário.
"Todos estes 150 trabalhadores que foram despedidos eram de empresas de trabalho temporário", reitera o BE, referindo que, na passada semana, a empresa "tentou obrigar todos os trabalhadores a irem de férias, mas os trabalhadores recusaram".
Segundo o Bloco, a Molaflex "está a utilizar como argumentação a falta de matéria-prima para laborar" e lembra que a empresa "recebeu ao longo dos últimos anos, uma serie de apoios da União Europeia, do estado Português e da autarquia".
"Esta situação revela uma clara má-fé por parte da empresa, que tem tido ao longo dos últimos anos milhões de euros de lucro", adianta o BE em comunicado, confirmando que questionou já o Governo sobre a matéria.
O JN apurou que a Molaflex, que está encerrada desde o passado dia 20, recorreu ao plano de atribuição dos apoios imediatos de caráter extraordinário, temporário e transitório, destinados aos trabalhadores e empregadores afetados pelo surto do vírus COVID-19.
No pedido de apoio, a empresa de colchões justifica que se encontra numa situação de crise empresarial, relacionada com a paragem da sua atividade que, resultou por sua vez, pela interrupção das cadeias de abastecimento.
Diz, ainda, que os fornecedores estão impedidos de continuar a fornecer as matérias-primas necessárias, porque suspenderam a sua atividade.
Acresce que também parte da mão-de-obra laboral é proveniente de Ovar, onde está decretada a quarentena geográfica.
O JN tentou, sem sucesso, contactar a empresa.