Moradores de urbanização em Braga avançam com providência cautelar. Município alega com sentença.
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Pela quarta vez em meio ano, os moradores da urbanização da Europa Ar-Lindo, em Ferreiros, Braga, saíram à rua para impedir a instalação de dois postes de alta tensão, que ficarão situados a 12 metros de dois prédios onde vivem 60 famílias. Na segunda-feira, devido a um forte dispositivo policial, o protesto não teve efeito e os trabalhos arrancaram. A Câmara diz que está "a cumprir uma sentença judicial".
Os equipamentos elétricos irão substituir dois postes que já existiam nas imediações da urbanização, um deles no meio de uma estrada, junto ao centro social, e outro localizado a poucos metros dos prédios, "mas que visualmente não incomodava tanto", explica Carlos Macedo, representante dos moradores, que vão avançar com uma providência cautelar para travar a intervenção.
Segundo o JN apurou, a relocalização resulta de um processo judicial, que se terá iniciado há mais de uma década, em que o Município ficou obrigado a desfazer-se das duas estruturas de alta tensão, porque impediam a construção de mais torres para habitação por parte da Sociedade Europa Ar-Lindo, que intentou a ação. "Inicialmente, seria para colocar os postes junto a um talude, à face da estrada. Mas a Infraestruturas de Portugal não deu parecer favorável. Agora, resolveram montá-los no espaço público", descreve o ex-presidente da Junta de Ferreiros, João Costa, que acompanhou o processo até terminar o mandato, em setembro. Segundo o ex-autarca, em maio, quando começaram os trabalhos de desaterro, "foi surpreendido", porque "a junta nunca foi ouvida nem achada".
"A Junta esteve sempre do lado dos moradores. Vão ficar com dois mamarrachos à porta", lamenta João Costa. "Além do problema de saúde para as pessoas, por causa das radiações, os apartamentos vão desvalorizar-se", acrescenta Carlos Macedo.
Em causa, estão dois postes de betão com 28 metros de altura. Além da proximidade a dois prédios, ocuparão lugares de um parque de estacionamento. Fonte oficial do Município garante que a sentença "já apontava relocalização para aquela área".