<p>Um homem de 35 anos morreu quando jogava futebol com amigos, este domingo de manhã, em Oliveira de Azeméis. Os colegas ainda conseguiram reanimá-lo, mas quando os bombeiros chegaram, a vítima já tinha falecido.</p>
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Os colegas lamentam a alegada demora dos bombeiros, que só chegaram meia hora depois de dado o alerta. "A nossa chamada foi feita às 10.24 horas, mas só chegaram ao campo cerca das 10.54 horas", garantiram, ao JN.
O comandante dos Voluntários de Oliveira de Azeméis, Paulo Vitória, confirmou a hora da chamada e acrescentou que quatro minutos depois foi dada ordem de saída de uma ambulância. A viatura só não terá saído mais cedo, porque, explicou, "as outras ambulâncias encontravam-se em serviço no exterior". O caso está a ser alvo de uma análise mais cuidada por parte do Comando da corporação. Uma explicação que os amigos da vítima dizem exigir.
Jorge Queiroz, que deixa mulher e dois filhos menores (uma menina de 12 anos e um rapaz de oito), tinha acabado de marcar dois golos durante os primeiros 30 minutos do jogo, disputado no campo de futebol de terra batida situado no Cimo do Monte, Macinhata da Seixa, para onde ia todos domingos de manhã.
Após o segundo golo "começou a dizer que estava a sentir-se mal", recordou Belmiro Silva, um dos amigos. "Disse-lhe para sair um pouco do jogo e descansar", acrescentou, explicando que Jorge caiu, "quando se preparava para entrar novamente".
Com a vítima no chão, os amigos foram em seu socorro, ao mesmo tempo que ligavam para os bombeiros de Oliveira de Azeméis. "Tentámos de tudo e ainda lhe fizemos respiração boca-a-boca", afirmou Belmiro Silva.
O esforço dos companheiros fez com que Jorge Queiroz voltasse a si. "Ele abriu os olhos e disse-nos que sentia uma dor no peito e que estava sem forças", contaram.
Jorge Queiroz terá estado consciente durante cerca de 10 minutos, período de tempo em que outro jogador, que tinha já ligado para os bombeiros, viu a sua chamada ser reencaminhada para uma técnica do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
"A senhora do INEM que estava comigo ao telefone explicou-nos como devíamos proceder e garantiu-nos que a ajuda estava já a caminho", afirmou, ao JN, Aníbal Barbosa.
Apesar disso, pouco tempo depois, Jorge Queiroz perdeu novamente os sentidos e as desesperadas tentativas de reanimação dos amigos não resultaram.
Quando os bombeiros chegaram, a vítima já não apresentava sinais de vida. A equipa do INEM acabaria por encontrar-se com a ambulância dos Voluntários a cerca de três quilómetros do campo de futebol. Foi efectuada nova tentativa de reanimação, sem êxito.
No Lugar de Vilar, onde residia Jorge Queiroz, ninguém encontrava explicação para a inesperada morte. "Ele tinha feito uns exames há pouco tempo e estava tudo bem", afirmou, ao JN, um familiar. "Nunca se tinha queixado de nada e nem corria muito durante os jogos", garantiram os amigos que vão cancelar os jogos das próximas semanas. "Depois, vamos levar um ramo e flores para o campo e voltar a jogar", porque, concluíram "era isso que o Jorge gostaria que fizéssemos".