Os mosteiros de São João de Tarouca e Salzedas, no concelho de Tarouca, e as ruínas romanas da Fonte do Milho, na Régua, vão começar a ser recuperados este ano. Vão ser gastos cerca de 2,2 milhões de euros.
Corpo do artigo
A revelação foi feita, ontem, por Paula Silva, directora do Serviço de Bens Culturais da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), durante as Jornadas do Património Cultural do Douro, que decorreram em Sabrosa por iniciativa da Estrutura de Missão do Douro. Os dois mosteiros são os "mais imponentes e significativos" da região e vão integrar "um roteiro turístico" do vale do rio Varosa, que também incluirá a Torre de Ucanha e o Mosteiro de Ferreirim.
Em São João de Tarouca, a "ruína lindíssima" do mosteiro vai apenas ser valorizada e mais bem explicada, permanecendo como "uma ruína de grande qualidade". A parte pública do de Salzedas vai ser melhorada, no sentido de valorizar a vertente museológica de pintura e estatuária, que é "valiosíssima". Vão ser gastos 600 mil euros em cada mosteiro, com comparticipação comunitária de 70%. Os concursos públicos serão lançados em Abril e os trabalhos verão começar no próximo Outono.
No caso da Fonte do Milho, a DRCN e a Câmara Municipal da Régua vão apresentar em Abril uma candidatura, no valor de um milhão de euros, ao ON2, do Programa Operacional da Região Norte. Pretende-se "valorizar aquele sítio convenientemente". Paula Silva acrescenta que as ruínas vão ser consolidadas e estudadas, de modo a que dentro de dois anos possam ser visitadas pelo público. Paralelamente vai ser criado, na localidade de Canelas, um núcleo museológico que explique a história do sítio.
O lugar da Fonte do Milho, classificado como monumento nacional, possui lagares onde os romanos produziram vinho, há cerca de 2000 anos. Em 2005 esteve no centro de uma polémica: durante os trabalhos de plantação de uma vinha foram destruídos cerca de 70 metros de uma das duas muralhas. O Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico avançou com o caso para tribunal e acabou por ganhar o processo contra o proprietário da vinha. Apesar da intervenção agora prevista, Paula Silva assume que "vai ser impossível repor o que foi destruído".