O movimento Rede 8 de Março quer parar o país com uma greve convocada para o Dia Internacional da Mulher. Em Vila Real, por exemplo, está marcada uma concentração, entre as 17.30 horas e as 18 horas, em frente ao tribunal.
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Em causa estão, por exemplo, as desigualdades salariais, a desvalorização do trabalho doméstico e da prestação de cuidados e a violência. "Se as mulheres pararem, o país para. Esta greve serve para denunciar as desigualdades que persistem e apelar à mobilização das mulheres em defesa dos seus direitos e liberdades", explicou a porta-voz do movimento, Mariana Falcato Simões, durante a divulgação do manifesto da greve, esta terça-feira, em Vila Real.
Já existem pré-avisos de greve oficiais do Sindicato das Indústrias, Energia e Águas de Portugal e do Sindicato Nacional do Ensino Superior.
A Rede 8 de Março, que reúne associações, organizações políticas, sindicatos e cidadãos, tem núcleos grevistas já constituídos em Vila Real, Amarante, Aveiro, Braga, Coimbra, Covilhã, Évora, Fundão, Lisboa, Porto, São Miguel, Vila Real e Viseu.
Esta paralisação acontece em Portugal, pela primeira vez, motivada pelo sucesso da greve feminista que aconteceu em Espanha, no ano passado. "Em vez de apenas assinalarmos o Dia Internacional da Mulher, arriscamos organizar uma greve nacional.", revelou Mariana Falcato Simões.
O movimento reivindica "salário igual para trabalho igual ou equivalente e a reposição da contratação coletiva como forma de proteger o trabalho e combater as desigualdades" e reclama o "reconhecimento do valor social do trabalho doméstico e dos cuidados e a partilha da responsabilidade na sua prestação". A Rede 8 de Março propõe que "este tipo de trabalho seja considerado no cálculo das reformas e pensões e defendemos o reconhecimento do estatuto de cuidador e cuidadora".