“Mulheres de Bucos” é o nome de um projecto inovador que está em desenvolvimento em Cabeceiras de Basto. Trata-se de uma aposta na reabilitação do trabalho da lã, com grandes tradições naquele concelho, apesar de já não haver pisões para pisoar a lã, já não se façam capuchas nem bicas de manteiga, mas onde as mulheres continuam a fazer mantas, meias e outros artefactos que conquistam a atenção dos forasteiros.<br />
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O projecto é liderado por uma dezena de mulheres e tem contado com o apoio da Junta de Freguesia de Bucos e da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, que têm vindo a incentivar o trabalho da lã. Na sede da Junta existem teares, lã e espaço para o convívio de dez mulheres, que, por gosto, se reúnem todas as quintas feiras à tarde, para pôr a conversa em dia e para se dedicarem à lã e às diferentes e laboriosas tarefas que a mesma implica, tais como lavar, secar, esguedelhar, cardar, emanelar, fiar, ensarilhar, dobar, encher canelas, tecer e tricotar.
Agora reunidas as ‘Mulheres de Bucos’, mais precisamente, Ilídia Oliveira, Ana Francisca Pires, Maria Teresa Simões, Elisa Brás, Adelaide Fernandes, Ana Gomes Brás, Teresa de Jesus, Maria Simões, Maria Gonçalves e Maria da Conceição Ramalho, com o apoio da Autarquia Cabeceirense, através do seu Pelouro da Cultura e sob a coordenação de Isabel Fernandes, com o apoio da Junta de freguesia de Bucos e da Emunibasto, pretendem conferir contemporaneidade às peças que confeccionam, dando o salto em frente e diversificando a sua produção.
Assim, o município convidou a estilista Helena Cardoso a colaborar com estas mulheres propondo-lhes a realização de peças originais, algumas das quais se encontram expostas. Na mesma linha foram convidados jovens estudantes da Escola de Belas Artes do Porto, para filmar e a fotografar as mulheres de Bucos e as suas tarefas em torno da lã.