População fez abaixo-assinado, mas há um diferendo com a proprietária do edifício que tarda a ser resolvido.
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"Faz muita falta!", atira Manuel Jorge Seca, olhando a caixa multibanco. Está instalada, ligada, prontinha a funcionar, mas não trabalha. O multibanco da Rua da Praia, em Mindelo, Vila do Conde, está há um ano e meio fora de serviço. A culpa é de um diferendo com a proprietária do edifício. Quem sofre é quem ali mora e, agora, tem de andar mais de um quilómetro para chegar à caixa mais próxima. O caso motivou um abaixo-assinado.
"O multibanco mais próximo é longe. Para pessoas de idade, que não têm transporte, torna-se muito complicado. E depois, como é o único aqui no centro da freguesia, são filas intermináveis", explica Isabel Ruiz.
A mulher, de 55 anos, mora ali mesmo à beirinha da Confeitaria Santa Clara, onde há 15 anos está instalada a caixa multibanco. Há um ano e meio, "do dia para a noite", ficou "fora de serviço". Até hoje.
Fica no cruzamento da Rua da Praia com a Rua de S. Pedro, junto à Capela de S. Pedro, na passagem para quem vem da vizinha freguesia de Vila Chã, a meio caminho entre o centro de Mindelo e a praia, numa zona com muitos moradores. "É uma localização muito boa. Tinha muita procura. Ainda hoje, todos os dias, há gente que pára a ver se já funciona", garante Manuel Seca, que fazia ali "praticamente todos os pagamentos".
De um dia para o outro, ficou "fora de serviço" e nunca mais funcionou. A culpa, dizem por ali, é de um diferendo com a proprietária do edifício que não assinou a renovação de contrato com o Montepio. Ficou a caixa, mas sem utilidade. Os moradores até já fizeram um abaixo-assinado com mais de mil assinaturas, mas de nada valeu.
No centro de Mindelo há apenas um multibanco junto à Igreja para quase 3500 habitantes. No verão, por ali, atraída pelas praias, a população duplica. Enchem-se as muitas casas de férias, o problema agudiza-se, formam-se "longas filas" no único multibanco do centro da freguesia.
"Puseram um ATM no parque de estacionamento junto à praia, mas não dá, por exemplo, para fazer pagamentos. É só para levantar dinheiro", explica Isabel que, agora, sempre que quer pagar as contas, tem que pegar no carro para chegar ao multibanco mais próximo. Sem saber de quem é a culpa, só quer que o problema se resolva e depressa, que, até agora, "os mais prejudicados são os moradores".