O fim da carreira entre Viana do Castelo e o Porto, a partir de 1 de janeiro, levou os municípios de Viana do Castelo e Esposende a custear os bilhetes para os residentes que façam ligações rodoviárias naquele percurso.
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O fim da carreira entre Viana do Castelo e o Porto, a partir de 1 de janeiro, levou os municípios de Viana do Castelo e Esposende a custear os bilhetes para os residentes que façam ligações rodoviárias naquele percurso.
A informação foi avançada pela Auto Viação do Minho (AV Minho), no seu próprio site, informando que até 13 de janeiro de 2023 os passageiros do serviço Expresso vão beneficiar de uma tarifa especial de dois euros e que para continuarem a ter acesso ao mesmo benefício, após a referida data, devem contactar os respetivos municípios "para adquirir cartão de residente".
A medida é anunciada numa altura em que os utentes daquela ligação protestam pelo fim dos passes sociais, inerentes à supressão da carreira. Afirmam que o referido serviço de transporte rodoviário de passageiros, "é essencial, não existindo outro tipo de oferta que garanta a mobilidade dos cidadãos para irem trabalhar, estudar ou aceder a serviços públicos essenciais, nomeadamente de saúde".
Ao JN, Luís Costa, administrador da AV Minho, explicou que, no âmbito do processo em curso de concessões do serviço público de transportes à luz do novo regulamento a nível nacional, "nenhuma autoridade entendeu chamar a si a carreira Viana-Porto". "A carreira [direta] acaba. Passará a ser uma carreira Viana-Póvoa de Varzim, sob a tutela da autoridade CIM do Cávado, e uma carreira Póvoa de Varzim-Porto sob a tutela da autoridade AMP. O passageiro vai ter de mudar de autocarro", afirmou Luís Costa, referindo que as novas ligações entram em operação no próximo dia 2 de janeiro. E justificou: "As autoridades entenderam que não fará sentido no futuro existir uma carreira Viana-Porto, porque estas carreiras parcelares a vão esvaziar".
Residentes não vão pagar mais
De acordo com Luís Costa, as câmaras de Esposende e Viana do Castelo assumiram já que vão custear as viagens, substituindo-se aos passes sociais. "Nós permitíamos que os nossos passageiros com passe social da carreira Viana-Porto, viajassem no nosso serviço Expresso. Os municípios ficaram cientes deste problema e já arrancaram com uma solução alternativa para esses passageiros, que é financiar o preço do bilhete", adiantou, referindo que para os beneficiários com cartão de residente a viagem Viana do Castelo-Porto, custará 2 euros, em vez de 6,5 euros, e a de Esposende-Porto, também 2 em vez de 6 euros. "A lógica dos municípios é que se o passageiro viajar todos os dias a pagar a dois euros em cada viagem, no final do mês não vai pagar mais do que pagaria até agora pelo preço do passe", concluiu.
Contactado o porta-voz dos utentes da carreira rodoviária da AV Minho, Tiago Bonito, declarou esta tarde que a solução encontrada pelos municípios "é satisfatória e acaba por ser vantajosa em relação ao passe, na medida em que a pessoa só paga aquilo que realmente consome". "Se fizer um consumo total [22 dias úteis] acaba por pagar um pouco mais, mas em regra acaba por compensar", disse, considerando, no entanto, que o financiamento por parte do municípios "resolve o problema imediato, mas há uma situação que ainda não está resolvida, que é a CIM Alto Minho continua a não ter uma política de passes intermodais, enquanto que em quase todas as outras CIM's já foram criados", acrescentou.