Ideia une câmaras do Porto, Gaia e Gondomar. Prevista nova ponte sobre o Douro na zona de Avintes
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Para desviar os milhares de veículos, com destaque para os camiões, que atravessam diariamente a VCI e provocam grandes congestionamentos de trânsito na Área Metropolitana do Porto, as câmaras do Porto, Gaia e Gondomar querem construir uma via alternativa. Na proposta, já entregue à Infraestruturas de Portugal, estima-se que a nova ligação seja feita através da construção de dois troços - um deles obriga a uma nova ponte sobre o rio Douro (entre Avintes, Gaia, e Gondomar) -, e reduza em 30 mil o número diário de carros na VCI.
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A nova circular, a construir entre a VCI e a CREP - Circular Regional Exterior do Porto - foi anunciada pelo autarca portuense, Rui Moreira, na reunião de Executivo desta segunda-feira, após ter sido interpelado pelo vereador do PS Tiago Barbosa Ribeiro sobre o andamento das medidas já anunciadas para descongestionar a VCI.
Mais tarde, também em reunião camarária, em Gaia, a proposta foi pormenorizada por Eduardo Vítor Rodrigues. O processo está numa fase "embrionária" e os municípios querem o apoio do Governo. Por isso, estará para breve uma reunião com o ministro Pedro Nuno Santos. O objetivo é que não haja qualquer custo para os municípios. A via seria concessionada por 130 milhões de euros. "No fundo, o operador [da obra] constrói e imputa o custo ao concessionário [da restante via], passando a receber por renda", clarifica Eduardo Vítor Rodrigues.
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Solução "complementar"
Rui Moreira não esconde que o ideal seria retirar os pórticos da A41 para que os camiões utilizassem aquela autoestrada, "onde é quase possível fazer-se um jogo de futebol", dada a sua pouca utilização. Para Eduardo Vítor Rodrigues, isentar os pesados de portagens na A32 e na CREP mantém-se em cima da mesa. A construção da nova via é uma solução "complementar" à isenção de portagens e não "substituta", alerta o autarca de Gaia. "Trata-se de resgatar a velha ideia da ponte de atravessamento entre Gaia e Gondomar para que o circuito - não portajado -, seja muito mais curto. Aí, podemos gerir a construção de uma nova acessibilidade que se ligue também ao Porto, desanuviando as pontes do Freixo e da Arrábida", clarificou. O traçado preliminar prevê, assim, além da ligação a sul, o atravessamento a norte de parte do concelho de Gondomar até Ermesinde, Valongo. Lá, através dos túneis de Águas Santas, Maia, liga-se também a Matosinhos.
"A ideia desta nova via, que está numa fase embrionária, surgiu na sequência do trabalho que temos feito com Gaia, de uma nova ponte à cota intermédia, a unir Gramido a Avintes e de ligação da Estrada D. Miguel, na margem direita, à EN222", explicou Marco Martins, autarca de Gondomar.
Dois troços
A nova via seria, na verdade, a construção de novos troços. Um deles, que obriga à construção de uma nova ponte sobre o Douro, terá seis quilómetros. A ligação entre Gondomar e Ermesinde terá uma extensão de cerca de 10 quilómetros.
"Medidas intermédias"
Até à conceção do projeto, todos os autarcas consideram fundamental encetar "medidas intermédias" tais como, diz Moreira, "acabar com a portagem para pesados na CREP, permitindo assim que a ANTRAM (Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) mantenha o compromisso que assumiu: sem portagem na A41, deixaria de utilizar a VCI, as pontes da Arrábida e do Freixo".
Mudança de regime de contratação
De acordo com o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, houve uma "mudança do regime de contratação". "Até agora, o debate era muito difícil porque os operadores pagavam ao quilómetro. Agora, são pagos ao tempo", esclarece. Por isso, diz, "os próprios operadores estão interessados em fazer a parte deles, assumir o custo [do gasóleo] do desvio pela CREP".