As obras para transformar o antigo matadouro do Porto num espaço multiusos e na sede do Museu da Indústria deverão arrancar até ao final do próximo ano e vão custar 10 milhões de euros.
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Essa foi a informação dada pelo presidente da Câmara do Porto, numa reunião, na Casa do Roseiral, em que participaram os vereadores sem pelouro. O projeto foi considerado "interessante" e "estruturante" pela Oposição que reclama, contudo, a abertura de uma discussão pública.
Os vereadores sem pelouro (do PSD, PS e da CDU), foram chamados à Casa do Roseiral para conhecerem o projeto, "delineado" pelo falecido vereador da cultura Paulo Cunha da Silva, e por Rui Moreira e que vai ser apresentado, amanhã, na 21ª Trienal de Artes, Design e Arquitetura, em Milão (Itália), fruto de uma parceria com a Escola Superior de Artes e Design (ESAD).
A ideia é dotar o edifício, projetado pelo engenheiro Avelino de Andrade em 1910, num espaço com múltiplas valências, como gastronomia, arte, negócios e investigação. Pretende-se que disponibilize áreas de incubação de empresas, estúdios de novos média e de investigação de desporto. Terá uma nave multiusos, com plateia retrativa, um laboratório de gastronomia e um restaurante, além de depósito visitável de coleções de arte contemporânea e residências para participantes nas atividades das diferentes áreas. Além disso, será a sede do Museu da Indústria, cujo espólio está fechado há cerca de sete anos num armazém arrendado pela Câmara do Porto por nove mil euros mensais.
Trata-se de um projeto considerado "âncora", uma vez que pretende ser uma "alavanca da regeneração urbana" de toda a zona de Campanhã. Daí que os vereadores sem pelouro considerem que carece de discussão pública, em particular junto da comunidade onde se vai inserir. "É uma obra muito relevante e estruturante", admitiu Ricardo Almeida (PSD), prometendo, contudo, suscitar uma discussão política sobre o assunto na próxima reunião de Executivo, terça-feira.
"Tratando-se de um projeto-âncora tem que ser discutido com a comunidade. Não pode ser de outra forma. Tem que se apurar o que as pessoas precisam para aquela zona e o que sentem que é necessário", defende a vereadora socialista Carla Miranda. "Acho bem que haja uma discussão pública. Não se pode é não andar com o projeto antes de se ouvir toda a gente", crê Artur Ribeiro, que substituiu o vereador da CDU Pedro Carvalho.