Caso no Barreiro leva Entidade Reguladora a alertar que conduta da unidade de saúde deve adequar-se aos doentes.
Corpo do artigo
Um homem que deu entrada na urgência do Hospital do Barreiro ficou sete horas numa maca, sem ser atendido, porque não respondeu quando o médico o chamou. O caso, que aconteceu em fevereiro, levou a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) a instruir a Unidade Local de Saúde (ULS) do Arco Ribeirinho, da qual faz parte o hospital, a adequar os procedimentos às características dos utentes e circunstâncias, de forma a garantir que estes recebem os cuidados necessários a tempo.
O homem em causa sofria de doença hepática crónica. Quando chegou ao hospital, foi triado com pulseira amarela e terá ficado numa maca. Foi lá que a nora, que não o conseguiu acompanhar na altura, o foi encontrar, mais sete horas depois, num estado "deplorável".
Morreu após dois dias
O médico terá chamado o doente, mas, como não obteve resposta, deu-lhe "alta por abandono". Depois do alerta da nora, o homem foi internado, mas morreu ao fim de dois dias.
Na deliberação, a ERS considera que a ULS deve adequar os "procedimentos às características dos utentes ou outros circunstancialismos que elevem as exigências de qualidade, celeridade, prontidão e humanidade, nomeadamente em razão da patologia, idade ou especial vulnerabilidade dos utentes, não os sujeitando a longos períodos de espera para atendimento e respeitando os tempos-alvo previstos no Sistema de Manchester".
A ERS considera, ainda, que a ULS necessita de "implementar procedimentos específicos para a admissão e triagem de utentes não cooperantes", de forma a "assegurar a necessária monitorização e acompanhamento dos mesmos enquanto aguardam observação médica", devendo haver verificação de "eventuais alterações do seu estado clínico". O direito ao acompanhamento dos utentes, em particular das pessoas com deficiência, em situação de dependência e com doença incurável em estado avançado e em estado final de vida", precisa de ser assegurado.