<p>Quando há fumeiro, agarra pelo estômago; quando há sextas-feiras treze, atrai pelo sobrenatural, e quando tudo isto é ainda muito pouco, agarra-se aos dotes naturais. A batalha contra o desemprego e o despovoamento em Montalegre é cada vez mais em todas as frentes. A par da gastronomia também os desportos de natureza estão a fazer escola na política de promoção do concelho da autarquia barrosã. </p>
Corpo do artigo
O Campeonato do Mundo de Orientação em BTT, que termina hoje, depois de mais de oito dias de provas, trouxe a Montalegre cerca de 300 atletas de 26 países. Mas nem só os caminhos do Barroso são atractivos. O céu também é. Desde quinta-feira que a pista de parapente da Serra do Larouco acolhe a penúltima prova do Campeonato Nacional, que, simultaneamente, é uma pré competição para uma candidatura de Montalegre a uma prova da Taça do Mundo de Parapente. Competição à parte, foram 70 os pilotos que durante três dias pernoitaram em Montalegre. Com uma e outra iniciativas, a oferta hoteleira esgotou.
O presidente da Câmara, Fernando Rodrigues, anda satisfeito. “A aposta nos produtos locais é decisiva. Porque temos o saber fazer, mas não podemos ficar por só aqui. Temos de inovar, encontrar outras ideias, vender o ambiente, a natureza para contornar a crise com que se debatem, sobretudo, as câmaras do interior, e combater esse problema terrível que é o desemprego dos jovens”,defende.
Para o autarca, este tipo de iniciativas, que a Câmara apoiou, quer em termos logísticos, quer financeiros, têm um retorno imediato e outro a longo prazo. O imediato prende-se com “o dinheiro que fica nos restaurantes e hotelaria” e o de longo prazo tem que ver com a projecção do concelho. “Quem não é conhecido, não é lembrado”, afirma o edil.
Apesar de não ser um desporto muito mediatizado, as notícias das provas do Mundial de Orientação em BTT correram o mundo. “Estamos a falar de uma escala planetária”, confirma Fernando Costa, do departamento de Marketing da Federação Portuguesa de Orientação, responsável pela organização do evento. Esta é já a segunda vez que há provas do mundial da modalidade em Montalegre. “Tecnicamente tem terrenos muito bons”, justifica.
Samuel Lopes, da Escolas de Parapente de Portugal, não tem dúvidas que as potencialidades da pista da Serra do Larouco se deve a uma conjugação de factores: “A beleza da serra e as suas gentes”.