A construção da nova ponte sobre o rio Lima, em Viana do Castelo, adjudicada por 21,2 milhões de euros e iniciada no final de 2024, vai custar, pelo menos, mais cerca de 750 mil euros, verba referente a uma listagem de "erros e omissões", aprovada esta terça-feira pela câmara de Viana do Castelo. A empresa construtora reclamava, inicialmente, cerca de 1,2 milhões de euros relativos a trabalhos a mais.
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Durante a reunião do executivo, o autarca Luis Nobre aludiu à "complexidade" da obra, e lembrou ao executivo que o projeto daquela que será a quarta ponte sobre o rio Lima, no concelho de Viana do Castelo, já antes teve de ser alvo de uma revisão para contemplar a elevação da sua estrutura "cerca de um metro e meio" por recomendação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
"É uma ponte que tem áreas de máximas de cheias e a APA entendeu que dentro do que são os indicadores que tem das cheias nos últimos 100 anos, que a estrutura da ponte devia ficar mais alta do que a de Lanheses [também no rio Lima na área daquele concelho]", explicou o presidente da câmara de Viana do Castelo, referindo que a proposta inicial é que a futura travessia, agora em construção, ficasse à mesma altura da existente em Lanheses, mas a APA deu um parecer para que fosse superior "um metro e meio". "Foi uma decisão tomada há dois anos e que teve implicações no projeto de execução", recordou, acrescentando que a autarquia "cumpriu, conforme a lei, as orientações dadas pela APA".
A construção daquela travessia com uma extensão de perto de dois quilómetros, que a partir de junho de 2026 ligará as margens do Lima, nas freguesias de Nogueira (EN202) e Deocriste (EN203), é financiada pelo Plano de recuperação e Resiliência (PRR).
No que toca aos trabalhos a mais agora aprovados, de acordo com proposta submetida à aprovação em reunião do executivo, a maior parte (675 mil euros) diz respeito a "reforço da base do aterro com material pétreo, pois as condições do terreno existente eram muito fracas e com níveis freáticos elevados, demolição de muros de vedação, que devido ao mato preponderante nos terrenos não eram visíveis". E ainda "escavação e aterro nas fundações da estrutura da ponte, medição do ferro aplicar na obra e betão leve nos passeios da ponte".
Estão ainda previstos trabalhos no valor de cerca de 68 mil euros, referentes a "alteração da classe de betão para os 100 anos, conforme exigido pelos regulamentos, tubo de diâmetro 75 na ponte e os acrotérios de betão no fim das guardas da ponte".
Na proposta aprovada pelo executivo camarário, pode ler-se que "todo este processo de verificação conjunta desenvolvido até esta data, resultou numa redução substancial do montante total inicialmente reclamado, de 1.221.785,67 euros iniciais para 742.938,47 euros aceites (e validados esta terça-feira pelo executivo), permanecendo ainda em análise o montante referente aos capítulos ainda não analisados de 58.279,05 euros".