Uma cidade amiga do ambiente, com mais habitantes e com qualidade de vida para quem a procura. Esta é a cidade projetada pela proposta técnica preliminar do Plano Diretor Municipal (PDM) do Porto, documento em revisão.
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O mapa da cidade ficará pintado de verde com o aumento de parque e zonas de lazer em quase 60%.
A circulação e o estacionamento automóvel serão restringidos ou anulados sobretudo no centro, melhorando a oferta de transporte público e alargando-se a rede de metro. O objetivo do município é melhorar a qualidade de vida para os residentes e atrair população.
"Se conseguirmos ter o mesmo número de habitantes que tínhamos no início da década de 1990 já seria bom", refere Pedro Baganha, vereador do Urbanismo e a quem cabe articular todas as áreas num só documento. Projeta-se uma cidade para a próxima década e meia, hoje muito diferente daquela para a qual foi revisto o PDM em 2006. O Porto mudou sobretudo nos últimos anos com o aumento do turismo. Por isso, novas formas de classificação de solo surgem agora e muitas outras desaparecem.
Carta verde
As maiores alterações referem-se à estrutura ecológica municipal. A carta verde passa a fazer parte da planta do ordenamento e "tudo ficará dependente dela". É nela que estão desenhados os cursos de água (impermeabilização do solo para se evitar fenómenos de cheias rápidas) e as zonas verdes de proximidade (também desses cursos de água) que vão nascer em todas as freguesias da cidade. Uma rede que ficará ligada por ruas e avenidas arborizadas, num verdadeiro corredor ecológico.
Será o caso da Avenida da Boavista, da Rua de Damião de Góis ou da nova Avenida Nuno Álvares, na Foz. O objetivo é unir os jardins de proximidade que vão nascer na Lapa ou em Lordelo do Ouro e outras áreas verdes como o parque da Ervilha (Foz), o parque de Vila Nova (Aldoar), o Vale do Aleixo, o Parque do Viso, o do eixo Regado/Arca d"Água, Salgueiros ou, já no centro da cidade, na Avenida da Ponte que será finalmente alvo de requalificação. O Parque da Cidade terá intervenção na zona do Queimódromo.
Também no que diz respeito aos equipamento de lazer, a zona Oriental do Porto merece uma atenção especial nesta revisão do PDM. Prevê-se a expansão do Parque da Asprela e toda a sua influência para oriente, onde, com a dinamização da zona de Contumil, haverá nova habitação e a criação de emprego. O Parque Oriental terá novo alargamento e o projeto do Terminal Intermodal de Campanhã contempla uma cobertura verde.
A continuidade urbana entre a Asprela e Campanhã será feita igualmente em termos urbanísticos. O objetivo é "contaminar a parte Norte de Campanhã" com o dinamismo da zona universitária. "Haverá maior densidade de construção em Ramalde, na zona industrial, e em Contumil. É importante termos mais habitação e serviços geradores de emprego", refere o vereador.
"Aldeia na cidade"
Azevedo de Campanhã será infraestruturado mas a vontade da Autarquia é que o lugar mais a oriente permaneça com a paisagem agrícola, requalificando-se todo o vale do rio Torto. "É a aldeia na cidade e será o nosso bairro ecológico", diz Pedro Baganha, que pretende que a proatividade do Bonfim alastre à zona sul de Campanhã. Trata-se de um PDM com vista a "uma cidade mais amiga de quem cá mora e sustentável ao nível social. Fazer do Porto uma grande pequena cidade, com muito orgulho", sintetizou o autarca.
Passos do processo
Ouvir entidades
A versão preliminar do PDM foi aprovada em reunião de Câmara, para ser remetido à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, que promoverá a audição de mais de duas dezenas de entidades.
Parecer final
Ouvidas todas as entidades, a Comissão de Desenvolvimento Regional emitirá um parecer final. Só após essa etapa, poderá começar a fase de discussão pública. O processo de revisão do PDM deverá estar pronto até março de 2021.
Debates públicos
A Câmara já promoveu uma série de debates públicos sobre o PDM.