O candidato autárquico à Câmara do Porto Nuno Cardoso lamentou este sábado o avanço da segunda fase do metrobus, referindo que há falta de "coragem política de parar a obra e escutar os cidadãos" e criticando o adversário Pedro Duarte.
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De acordo com um comunicado enviado hoje às redações, a candidatura Porto Primeiro - Nuno Cardoso (coligação NC/PPM) "lamenta que, a menos de um mês das eleições autárquicas, continue a avançar uma obra profundamente contestada na cidade: o projeto metrobus".
"Num momento em que diversos candidatos questionam abertamente o impacto e o futuro deste projeto, é lamentável que ninguém tenha tido a coragem política de parar a obra e escutar os cidadãos", sublinha Nuno Cardoso, citado no comunicado.
O candidato à Câmara do Porto (e presidente da autarquia entre 1999 e 2001) "propõe a realização de um debate público, envolvendo a sociedade civil, especialistas e cidadãos, para decidir de forma democrática qual deve ser o futuro do metrobus".
Segundo Nuno Cardoso, "o Porto merece ser ouvido" e "o que está em causa não é apenas uma obra, é o modelo de mobilidade e de desenvolvimento que a cidade deseja para o seu futuro".
O candidato critica ainda o adversário Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), ex-ministro dos Assuntos Parlamentares, que "se apresenta como elo de ligação ao Governo" mas "não consegue fazer valer a sua voz nem controlar os seus colegas de Governo, mostrando incapacidade de defender os interesses do Porto".
As obras da segunda fase do metrobus do Porto (Boavista - Anémona) vão arrancar na segunda-feira, mas apenas no segmento até ao liceu Garcia de Orta, anunciou a Metro do Porto na quinta-feira, garantindo ausência de impacto no trânsito.
Nesta fase "não se estima qualquer impacto na circulação rodoviária na Avenida da Boavista" e a obra tem a duração prevista de três meses.
"Em paralelo com o avanço desta empreitada da ligação Boavista - Anémona, a Metro do Porto está a trabalhar em alterações ao projeto que vão ao encontro dos objetivos pretendidos pela Câmara Municipal do Porto", garante ainda a empresa.
A solução alternativa proposta pela Câmara do Porto para a segunda fase do metrobus poupa o abate direto de 86 árvores, mas pode prejudicar o tempo de viagem anunciado, segundo dados da Metro do Porto facultados à Lusa.
Na solução inicialmente desenhada para a segunda fase do metrobus (da zona da Avenida Marechal Gomes da Costa até à Anémona), de um saldo inicial de 267 árvores, estas passavam para 305 no final, mas com a solução alternativa proposta pela Câmara do Porto, o saldo final subiria para 391 árvores.
Segundo a Metro do Porto, o projeto foi revisto após um pedido da Câmara do Porto em 01 de abril e, em 22 de maio, o candidato autárquico do PSD/CDS-PP/IL Pedro Duarte divulgou uma petição em que pretendia manter a ciclovia central e evitar o abate de árvores, algo com o qual o atual presidente da câmara, Rui Moreira, disse concordar.
Está previsto que o metrobus ligue a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17), e os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional, construídos por 29,5 milhões de euros, incluindo a infraestrutura de alimentação.
O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.