Candidato do CDS/PP considera que a cidade estagnou e que o novo presidente terá que "falar alto" para reclamar o que os viseenses merecem.
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Nuno Correia da Silva, 54 anos, saiu de Viseu aos 18 anos para estudar em Lisboa. Agora quer reconquistar uma Câmara que já foi do CDS/PP antes de ser governada pelo PSD, e onde o partido deixou de ter representantes há quatro anos. Só pensa em ganhar e se for eleito vereador da oposição, compromete-se a ficar no executivo. Licenciado em direito, foi professor universitário. Já trabalhou como advogado e esteve à frente de várias empresas. É há cinco anos administrador da SAD do Sporting. Foi presidente da Juventude Popular e deputado entre 1995 e 1999. É vereador na Câmara de Lisboa e dirigente nacional do partido.
É vereador na Câmara de Lisboa. Porque concorre agora a Viseu?
Eu estava indicado, e ainda fiz parte da coordenação da equipa que concluiu o programa da candidatura de Carlos Moedas à Câmara de Lisboa, para ser o número dois do CDS à Câmara integrado na coligação, quando surgiu o convite para ir para Viseu. Estava muito motivado com a candidatura do Carlos Moedas, mas sempre tive o desejo de voltar a Viseu. Acho que a cidade tem um potencial fantástico e uma gente que dá sempre a volta por cima e eu identifico-me com esse espírito. O que me motiva é fazer com que Viseu seja o concelho que merece ser e com as oportunidades que as pessoas merecem.
E que planos tem?
Viseu, quando eu saí, há 18 anos, era uma cidade que estava de igual para igual com Leiria, Braga e Aveiro, e a verdade é que Viseu foi perdendo muitos dos que são os fatores críticos para o sucesso económico, para captar investimento, empresas, para criar melhor emprego. Viseu deixou perder aquilo que é hoje uma vantagem competitiva muito grande e essa vai ser uma das minhas grandes prioridades, retomar a ligação de Viseu quer ao eixo Lisboa-Porto, como também a Salamanca e à Europa.
Que outros projetos defende?
Acho que o aeródromo de Viseu pode e deve ser uma alternativa ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, do Porto. Viseu está, por exemplo, a 24 minutos da Régua, região do Douro muito procurada pelos estrangeiros, e, portanto, pode e deve ter um aeroporto alternativo ao Sá Carneiro, o que pode dar um impulso fantástico à cidade. Viseu tem hoje também uma marca, os vinhos do Dão, que são um ícone da região e que estão a ganhar mercado pelo mundo fora e faz todo o sentido a neste nível que Viseu possa criar grandes eventos como uma feira internacional do vinho e do queijo e dos laticínios. É hora da cidade reclamar para si aquilo que os outros têm. Viseu queixa-se baixinho e tem que começar a falar alto e é um pouco isso que o presidente da Câmara tem que fazer.
Como caracteriza estes 30 anos de governação PSD em Viseu?
Foram 30 anos muito assimétricos. A verdade é que Viseu é uma cidade que perdeu para outras aquilo que nunca devia ter perdido, como a universidade. E há uma estagnação. Acho que o cavaquismo nunca acabou em Viseu. Acabou no resto do país, mas não em Viseu.
Melhor
Melhor
O centro histórico de Viseu, que está preservado e conservado, é claramente uma vantagem competitiva.
A agenda cultura é muito interessante.
Pior
As acessibilidades.
A falta de segurança e de resposta camarária para o investimento privado. O tempo de resposta a pedidos de licenciamento desencoraja o investimento.