Nuno Melo alerta para disparidade nos números dos resíduos perigosos em S. Pedro da Cova
O eurodeputado do CDS-PP Nuno Melo alertou, este domingo, para a disparidade de cerca de 233 mil toneladas nos números dos resíduos perigosos removidos da extinta Siderurgia Nacional para as antigas minas de S. Pedro da Cova.
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A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) disse, este domingo, à Agência Lusa estar a aguardar pela abertura de uma linha de financiamento comunitário para começar a retirar 88 mil toneladas de resíduos perigosos depositadas nas referidas minas.
Contactado pela Agência Lusa, Nuno Melo - que também em Março questionou a Comissão Europeia a exigir a remoção desses resíduos perigosos depositados - disse que, em primeiro lugar, o assunto lhe suscita uma dúvida.
"É que, ao Estado e pago pela Direcção-Geral do Tesouro, foi facturada a remoção de cerca de 320 mil toneladas e este relatório do LNEC refere apenas 88 mil toneladas", afirmou.
Para o eurodeputado "é importante saber se o relatório do LNEC quantifica os resíduos na base do concurso inicialmente aberto" ou se "estabeleceram alguma forma de cálculo para, com razoabilidade, dizerem que afinal são apenas 80 mil toneladas", questionando assim porque de terem sido facturadas as 320 mil toneladas.
De acordo com os resultados do estudo encomendado ao LNEC, e divulgado em Março, os resíduos provenientes da extinta Siderurgia Nacional e depositados em S. Pedro da Cova são perigosos, tendo sido encontradas "concentrações de chumbo muito superiores ao valor limite previsto na legislação".
Segundo fonte da CCDR-N, a operação de remoção dos referidos resíduos "orçará sempre acima de seis milhões de euros de investimento".
Questionado sobre este valor, Nuno Melo foi peremptório: "tenho a exacta noção que a remoção destes resíduos implicará um custo enorme que me parece até que só em transporte e portagens, seria consumido esse montante".
"E depois uma terceira dúvida se me coloca. É que, tanto quanto sei, a capacidade instalada dos dois aterros para resíduos perigosos existentes em Portugal é muito menor do que a quantidade que terá que ser removida de S. Pedro da Cova e portanto para onde é que vão os resíduos", perguntou ainda.
Questionado sobre as medidas que poderia tomar sobre o tema, o eurodeputado disse que "até ao momento, da parte do Governo", não lhe foi pedido para proceder a nenhuma ação, manifestando a sua "disponibilidade total" para o fazer.
"Pelo montante envolvido e pelo interesse público em causa, faz-me todo o sentido que as instituições europeias se empenhem no sentido da resolução do problema desse ponto de vista financeiro", apontou.
Nuno Melo disse que este "é um problema difícil, que foi criado por outros governos".
"Na altura era ministro do ambiente o Eng. José Sócrates e mais uma vez têm que ser outros a resolver o problema", lamentou.