A 23 de junho de 1963, o "Jornal de Notícias" relatava a inauguração da "monumental ponte onde se situa o maior arco do Mundo em betão armado".
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Duas horas antes do início da sessão de inauguração da Ponte da Arrábida, entre o Porto e Gaia, "já não havia zonas livres de público nos locais mais próximos da tribuna presidencial". "Mas a assistência continuou a crescer." O palanque tinha capacidade para mil lugares, mas meia hora antes de chegar o chefe do Estado, Américo Tomás, já não havia um lugar livre. Apenas "um mastro, ainda nú", esperava pelo presidente. A 23 de junho de 1963, o "Jornal de Notícias" relatava a inauguração da "monumental ponte onde se situa o maior arco do Mundo em betão armado".
"Na via panorâmica e terrenos anexos, no terreno sobranceiro ao parque de estacionamento do lado da Arrábida e nos terrenos anexos ao Estádio Universitário", reuniam-se multidões para assistir à inauguração da Ponte da Arrábida. "Vila Nova de Gaia despovoava-se para assistir à inauguração de um novo elo nas suas vias de comunicação com a cidade do Porto!", escreveu o diário.
A tribuna para receber os autores do projeto, engenheiros, o ministro das Obras Públicas, Eduardo Arantes de Oliveira, e o chefe do Estado, Américo Tomás, era um "edifício de sonho": "Franjas douradas pendiam ao redor da superfície da cobertura da tribuna, em cuja fachada drapejavam dezenas de bandeiras nacionais". Américo Tomás chegou às 16 horas. Antes, percorreu "os três quilómetros dos 14 que a nova auto-estrada tem de extensão total, desde a Via Rápida aos Carvalhos", em Gaia. "Em breves minutos chegava ao local da tribuna onde foi alvo das honras e dos aplausos". Às "individualidades de importantes representações nacionais" juntou-se "uma bem numerosa como notável representação de técnicos, nomeadamente dos que trabalharam nas obras de construção da ponte". "Além do construtor, engenheiro José Pereira Zagallo e seu dedicado e ilustre colaborador desde a primeira hora, engenheiro José Pereira de Sousa; a do professor doutor Edgar Cardoso", e também um grupo de seis técnicos (todos da parte do construtor).
A cerimónia foi de tal importância, que até "técnicos estrangeiros de renome admiraram a ponte", vindos da Alemanha, Brasil, Espanha, Reino Unido, Itália, Suécia, Suíça e França. "A abertura desta ponte e seus acessos rodoviários determinará mais íntima e efetiva vizinhança entre Vila Nova de Gaia e o Porto. Essa aproximação exigirá perfeita materialização do objetivo final: a consequente expansão comum da cidade e da vila", afirmou o presidente da Câmara do Porto, à data Nuno Pinheiro Torres.