"Passeios demasiado largos" merecem críticas, tal como a falta de lombas, numa das mais importantes vias de Gondomar.
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As obras na Estrada D. Miguel entre Fânzeres e S. Pedro da Cova, levadas a cabo pela Câmara de Gondomar, não agradam à população, com críticas aos "passeios demasiado largos que deixaram as faixas de rodagem reduzidas a dois corredores estreitos", onde as viaturas têm dificuldade em cruzar-se. Além de que, com o corte de lugares de estacionamento, há quem use os passeios para deixar os automóveis.
"Se a intenção destas obras era obrigar os condutores a andarem mais devagar, esqueça! Não resultou! De noite, então, a velocidade é impressionante. Até fazem piões e acordam uma pessoa", desabafou ao JN Maria Hercília Rocha, 73 anos. "Em vez de fazerem passeios tão largos, deviam colocar lombas", acrescentou.
O presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, confirmou ao JN que "estão previstas várias lombas redutoras de velocidade associadas a passagem de peões", explicando que na origem desta empreitada ao longo de cinco quilómetros está a necessidade de "devolver um perfil urbano àquela via, reduzindo a velocidade média, os acidentes, e garantindo a segurança de moradores e peões".
Congestionamentos
Os argumentos não convencem Manuel Rocha, 75 anos. "Nunca vi esta rua tão engarrafada", afirmou, dando como exemplo a curva apertada, pouco antes da sua casa, onde "dois camiões não conseguem cruzar-se". "Há dias vieram trazer-me umas coisas a casa e, como o carro parou à porta, em menos de cinco minutos criou-se uma fila enorme. Não havia necessidade de passeios tão largos", sublinhou. Rogério Ribeiro, 26 anos, confirmou que "os condutores passam a grande velocidade", defendendo, por isso, "mais passadeiras, lombas e semáforos".
Junto à Rua D. Miguel, uma moradora lamentou que "os passeios largos só estejam a servir para os condutores deixarem os carros em cima", referindo que, por conta disso, o marido, cego, "já caiu e foi obrigado a circular pela estrada".
Já em frente ao cruzamento com a Rua António Martins Marques comentava-se num café que a via "está um perigo com as faixas mais estreitas e ainda com as pinturas antigas no pavimento". "Naquela curva, os carros parece que vão em contramão", afirmou um cliente. Vítor Nogueira disse que a estrada "está uma vergonha", apontando para "as esquinas dos passeios, onde muita gente vai bater".
Marco Martins explicou que, "devido à implantação das novas guias dos passeios, o eixo da estrada foi deslocado do centro, o que pode provocar alguma confusão aos condutores, até à sinalização final da empreitada". O autarca referiu que "já foi solicitado à entidade executante eliminar as linhas brancas do eixo da estrada e pintar com linha amarela o novo eixo, mas apenas foi feito em pequenos troços e não na totalidade, apesar da insistência da Câmara".
Detalhes
Prazo de execução
A intervenção na Estrada D. Miguel teve início em maio de 2021 e, segundo a Autarquia, deverá terminar a 16 de março.
Testar modelo
Nesta empreitada não está prevista a demolição dos viadutos. A Câmara de Gondomar mantém essa intenção, mas pretende testar primeiro. No viaduto mais a sul, do "elétrico", deverá ser construída uma rotunda com recurso a sinalização para testar o modelo.