A ampliação do Hospital da Póvoa de Varzim está prevista desde 2019 mas não sai do papel. Secretário de Estado da Saúde reafirma, porém, que existe "vontade política".
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A Câmara da Póvoa de Varzim cedeu o terreno e prometeu ajudar a pagar. A ministra da Saúde garantiu que era "uma prioridade" e o dinheiro até estava inscrito no Orçamento de Estado (OE) para 2021. Agora, Vila do Conde está "em sintonia" e o secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, reafirma o "compromisso político", mas a verdade é que, três anos depois, a ampliação do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde (CHPV/VC) ainda não saiu do papel. Só falta mesmo arrancar com a obra.
"Há um compromisso político já assumido", afirmou Lacerda Sales, salientando a "excelente cooperação" entre as autarquias mas sem se comprometer com uma data para a obra.
O presidente do Conselho de Administração do CHPV/VC, Gaspar Pais, explica que, do OE para 2021, ficaram cerca de três milhões de euros cativos e, no de 2022, a obra "está já prevista". Resta saber, aquando da discussão do OE na especialidade, com que verba.
Em 2019, a Câmara da Póvoa cedeu o edifício - as antigas Oficinas Militares, entretanto desativadas, mesmo ao lado da unidade da Póvoa do CHPV/VC. A ministra da Saúde abraçou a ideia e a administração do hospital avançou com o projeto: Um novo edifício, naquele terreno, permitiria separar o ambulatório e a emergência. No novo espaço ficaria a consulta externa, o internamento, as colheitas e os serviços administrativos. No velhinho hospital, a urgência e todos os serviços de apoio.
Sete milhões no orçamento
Em novembro de 2020, por proposta do PCP, ficaram sete milhões no Orçamento para 2021. De fundos comunitários viriam mais 2,3 milhões. Marta Temido prometeu obras "em breve".
Em maio de 2021, prometia avançar em setembro, mas oito meses depois não há sequer concurso aberto.
O CHPV/VC serve uma população de 150 mil habitantes, que triplica no verão. É reconhecido pela excelência do serviço em áreas como Obstetrícia ou Ortopedia, mas há décadas que a falta de espaço é um problema sério. Em 1995, chegou a ser anunciada a construção de um novo hospital, mas nunca saiu do papel. Em 2019, com a cedência das antigas Oficinas Militares, parecia tudo encaminhado para uma grande ampliação, mas, até agora, nada, e a verdade é que há fundos com prazo até junho de 2023 para serem usados.