Espaço esteve em reabilitação durante 13 anos. Total de 201 comerciantes esperam voltar a trabalhar em pleno.
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"Está mais bonito! Os clientes é que são poucos", lamenta Maria da Conceição Ferreira. Aos 75 anos, vende no mercado municipal da Póvoa de Varzim, desde os 12. Vem de Aver-o-Mar à sexta e ao sábado para vender o que tira do campo.
As obras entram, agora, na fase final: o quarto piso. "São os nossos produtores, a nossa economia local", frisa o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim, Aires Pereira. Os trabalhos terminam em abril e, no mercado, "fecha-se um ciclo".
"Remodelamos tudo, sem tirar o mercado do centro da cidade e sem nunca interromper o seu funcionamento. Os mercados são como as escolas. Dão vida, trazem gente", explica o autarca.
No total, há agora 201 comerciantes, novas lojas no exterior, "um pouco de tudo", formações, cozinha ao vivo e animação. Por fora, o "desengraçado" bloco de betão e azulejo, deu lugar a um edifício forrado com réguado de madeira, com nova cobertura e onde já não entra chuva. Dentro, há bancas e chão novos, elevador, casas de banho e até cantina. "Gosto muito. Aqui compra-se de tudo e a gente já conhece as vendedoras", diz Sónia Freitas.
Com a pandemia, constata, "há menos gente e as lojas estão fechadas". Clientes e comerciantes só esperam que "passe rápido" para que todo o sacrifício feito durante as obras possa, finalmente, valer a pena.
Em 13 anos, a Câmara investiu quase quatro milhões de euros no Mercado, talvez mais do que gastaria num novo. As obras começaram em 2008. Em junho de 2010, um incêndio destruiu o terceiro piso e deixou a nu o descontrolo: pequenas botijas de gás escondidas debaixo das bancas, velas e mercadoria amontoada.
A Câmara viu-se forçada a acelerar a requalificação e, definitivamente, deixou de lado a ideia - que chegou a ter projeto e tudo - de construir um novo mercado.