<p>A produção da metalúrgica Oliva, S. João da Madeira, está parada até Março. Os 185 trabalhadores vão ficar, dois dias por semana, junto aos portões da empresa e manifestar-se em frente ao tribunal na reunião de credores a realizar-se no próximo dia 26.</p>
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Um comunicado, afixado no portão da empresa desde no passado dia 4, informa que os trabalhadores ficam sem trabalho pelo menos até ao dia 1 de Março. Mas a situação poderá complicar-se se a empresa não for viabilizada, no âmbito do processo de insolvência. "Não há matéria-prima para fazer as encomendas, porque não têm dinheiro" explicou José Marques da Comissão de Trabalhadores durante o plenário realizado na manhã de ontem.
"Não há vontade nenhuma por parte da administração para resolver o problema. A administração da Oliva está a brincar com os trabalhadores" acusou. A preocupação prende-se, agora, com o facto de não ter sido pago 50% do ordenado de Janeiro nem o subsídio de Natal de 2009 e de não haver qualquer perspectiva ou informação sobre Fevereiro, mês em que os trabalhadores vão ficar em casa.
"Chega de brincadeiras, já chega da administração fazer o que quer com os trabalhadores" disse José Marques. No plenário, os trabalhadores decidiram comparecer na empresa às terças e quintas-feiras com o objectivo de "pressionar a empresa a pagar os 50% em falta do salário de Janeiro" e, adiantou o porta-voz, "fazer saber que estamos interessados em trabalhar e não que a empresa encerre".
Foi, ainda, efectuada uma crítica implícita ao Ministério da Economia. "Foi pedida através do Sindicato dos Metalúrgicos uma reunião com o Ministério da Economia, mas até ao momento ainda não obtivemos qualquer reposta". "O país não vai para a frente com as empresas a fechar. Isso fica muito caro para o Estado"disse.
Ainda sem qualquer investidor interessado conhecido, o futuro da Oliva parece definitivamente comprometido. Um dos sinais prende-se, ainda, com o facto de José Marques confirmar que os principais clientes estarem já a desviar a produção para outras empresas. "O maior cliente da Oliva está a retirar todo o equipamento. Outros clientes começam a tirar os seus moldes para mandar fazer as peças noutras empresas" confirmou.