<p>Uma dezena de trabalhadores da Peugeot-Citroën de Mangualde apresentou-se esta segunda-feira simbolicamente ao trabalho, apesar de integrar o grupo de 800 abrangidos pelo regime de lay-off que ontem teve início na empresa.</p>
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Para responder aos efeitos da crise mundial no sector automóvel, a PSA de Mangualde tem desde o início do ano tomado várias medidas, tendo cumprido ontem o primeiro dos quatro dias de lay-off previstos para este mês.
A Comissão de Trabalhadores (CT) e alguns operários chegaram aos portões da empresa cerca das sete, hora a que habitualmente entrariam se não fosse o lay-off.
"Hoje é o primeiro dia da crucificação de trabalhadores desta empresa e da responsabilização por esta crise", criticou o presidente da CT, Jorge Abreu, contando que durante mais de um mês tudo fez "para procurar que os que teriam maior responsabilidade sobre o processo pudessem encontrar uma outra forma" de viabilizar a empresa. "Estamos aqui num acto simbólico. Questionamos na portaria se poderíamos entrar para trabalhar, porque a nossa primeira prioridade é para trabalharmos, mas foi-nos transmitido que não constamos dos autorizados", contou.
Jorge Abreu condenou o regime de "lay-off", que "penaliza os trabalhadores" e os obriga "a estarem em casa e a suportarem com os seus próprios orçamentos este dia de não produção". "Daí estarmos a analisar se existe algum incumprimento da empresa no que diz respeito àquilo que é a legislação prevista e o cumprimento do 'lay-off'", acrescentou.
Jorge Abreu contou que há uma semana, no primeiro dia de paragem de produção de Maio (mas ao abrigo da bolsa de horas), a Citroën tenha tido "centenas de trabalhadores nas instalações e não produziu um único carro". "No sábado, esteve a trabalhar com muitos trabalhadores, alguns para compensar o dia que hoje ficariam em casa", acrescentou. Segundo o responsável, a administração informou que ontem estariam mais de 800 trabalhadores em casa ao abrigo do lay-off, mas teria a indicação de que o refeitório vai estar em funcionamento.
Ao local deslocou-se o presidente de uma dos municípios mais afectados pela crise na empresa, Penalva do Castelo. O autarca disse que ali trabalham "largas dezenas" de pessoas de Penalva e, "num concelho com poucas fábricas, isso repercute-se de uma forma muito grave".