Oposição acusa Fátima Felgueiras de indiferença para com problema da escola de Moutelas
Os líderes dos dois partidos da oposição em Felgueiras - PSD e PS - acusaram a presidente da Câmara de indiferença para problema de saúde que afecta as crianças da maior escola primária da cidade.
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João Sousa, do PSD, e Eduardo Bragança, do PS, solidarizaram-se esta manhã com os pais dos cerca de 430 alunos da escola de Moutelas, que não autorizaram os filhos a frequentar as aulas.
Os encarregados de educação, que se concentraram à entrada da escola acompanhados dos filhos, alegaram que as crianças estão a adoecer devido a condições deficientes do estabelecimento.
João Sousa, líder do PSD (maior partido da oposição) esteve junto à escola e disse à Lusa que estava indignado por a autarquia ter deixado evoluir o problema "até os pais perderem a paciência".
"Esta é uma questão de saúde pública, porque há pessoas que estão doentes. A nossa presença aqui é para manifestar solidariedade aos pais e indignação pela indiferença da autarquia", afirmou.
Já o líder do PS, Eduardo Bragança, disse à Lusa que acompanha o processo há algum tempo, criticando Fátima Felgueiras pela forma como o tem conduzido.
"Depois desta manifestação dos pais, espero que, de uma vez por todas, a presidente mude de comportamento e assuma as suas responsabilidades, uma vez que a responsabilidade desta escola é da Câmara", afirmou à Lusa.
O dirigente local do PS também se congratulou pela forma ordeira como os pais se manifestaram esta manhã.
O presidente da Associação de Pais da Escola de Moutelas, António Faria, disse hoje à Lusa que a presidente da Câmara, Fátima Felgueiras, convidou aquela associação para uma reunião na próxima terça-feira, para debater o assunto.
No entanto, António Faria referiu que a decisão de fechar a escola se mantém até sexta-feira, último dia de aulas antes das férias da Páscoa.
A decisão de impedir a reabertura da escola foi tomada terça-feira, numa reunião de pais em que participaram centenas de pessoas.
A Associação de Pais da Escola de Moutelas alega que em várias salas de aulas do estabelecimento os alunos e professores sentem cheiros intensos provavelmente com origem no material do pavimento.
Segundo António Faria, os pais relacionam esses cheiros com problemas de saúde diagnosticados desde o início do ano em várias crianças, incluindo vómitos e irritações na pele.
Hoje, à entrada da escola foram afixados vários cartazes com as frases "como podemos ser felizes na escola onde nem o ar se pode respirar" e "queremos uma escola não uma prisão".
No local da manifestação não compareceram representantes da Câmara Municipal.
Fonte da autarquia disse à Lusa que Fátima Felgueiras vai nas próximas horas tomar uma posição pública sobre a matéria.