Com uma sessão da Assembleia Municipal de Espinho a ser constantemente interrompida pelos impropérios lançados por cidadãos aos vogais deste órgão autárquico, e já depois de a PSP ser chamada a retirar os presentes da sala, foi possível aprovar o Orçamento para 2019.
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O documento, que tinha tido uma primeira reprovação em novembro de 2018, foi, na madrugada desta quarta-feira, aprovado com 12 votos a favor, nove contra e três abstenções. A maioria foi conseguida com nove votos dos eleitos dos PSD, dois dos presidentes de Junta de Espinho e Paramos e um do Bloco de Esquerda.
Os votos contrários foram do PS (sete), da CDU (um) e do movimento independente Pela Minha Gente (também um). As três abstenções partiram do presidente da Junta de Silvalde, do presidente da Junta de Anta/Guetim e de um elemento do PMG.
Só foi possível realizar a votação depois de a presidente da mesa da Assembleia Municipal (AM) ter pedido à PSP para retirar todos os cidadãos presentes na sala, já que estes se envolveram numa inflamada troca de palavras com os vogais dos diferentes partidos da Oposição. O ambiente tenso que se viveu na sessão era já esperado, tendo a presidente da mesa da AM pedido antecipadamente a presença das autoridades.
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Também minutos antes do início dos trabalhos, no exterior do edifício da Câmara Municipal, um grupo intitulado Movimento Pacífico pelo Estádio Municipal de Espinho, que envergava camisolas do Sporting Clube de Espinho, exigia a aprovação do Orçamento para a alegada viabilização da construção do Estádio Municipal.
Durante a sessão, os vogais da Oposição denunciaram o que consideraram ser o clima de "intimidação" de que foram alvo nos últimos dias e a tentativa de alguns elementos de "instituições da cidade" em "condicionarem" os trabalhos da AM.
Já depois de terminados os trabalhos e com o Orçamento aprovado, o vereador do PS Nuno Lacerda foi alvo da ira dos manifestantes ligados ao Sporting Clube de Espinho. A PSP teve que intervir para serenar os ânimos.
Já o presidente da comissão concelhia do PS de Espinho, Miguel Reis, teve que ser escoltado pela Polícia até casa.
Considerando que "é muito grave o que se passou", o presidente da federação distrital do PS de Aveiro, Jorge Sequeira, veio a público, esta quarta-feira de manhã, afirmar que "repudia" o "clima de intimidação, coação e ameaça dirigidos contra os eleitos do PS". "Interpelo todos os partidos democráticos a demarcarem-se do que aconteceu", disse.