<p>O órgão da igreja matriz de Torre de Moncorvo, um instrumento musical do século XVIII, está à espera de ser recuperado há quase três décadas, apesar das diligências que a Câmara Municipal tem feito para resolver o problema.</p>
Corpo do artigo
O órgão de tubos avariou em 1981 e até há quatro anos encontrava-se no coro do edifício, desmontado e distribuído por caixas, à espera de ser restaurado. Em 2005, após diligências da Câmara de Moncorvo junto do Ministério da Cultura, técnicos da Comissão de Reparação de Órgãos estudaram a situação do instrumento. "Um especialista da referida comissão decidiu que seria melhor voltar a instalar os tubos na caixa do instrumento, para evitar os problemas provocados pela humidade e a consequente deterioração a que estava sujeito nas caixas, e também para ver se havia peças em falta", explicou Nelson Rebanda, do Museu do Ferro de Moncorvo. Desde então que se aguarda pela sua reparação.
Naquela altura, os especialistas fizeram uma avaliação e um diagnóstico ao estado do órgão, para fazer a orçamentação dos gastos, mas nada avançou. "Estas coisas esbarram sempre na falta de dinheiro", lamentou Nelson Rebanda, que defende a manutenção do órgão com os foles porque "agora, por esse mundo fora, é tudo eléctrico". A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo está disposta a estabelecer uma pareceria com vista à recuperação do instrumento e, na semana passada, o autarca local, Aires Ferreira, propôs à secretária de Estado da Cultura, Paula Santos, que se esta entidade se comprometer a avançar com uma candidatura para a realização do investimento, o município asseguraria a contrapartida financeira inicial, ou seja 25% do valor do orçamento.
Há cerca de um ano, a autarquia havia feito uma proposta semelhante ao Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), sugerindo uma candidatura a uma medida do eixo 3 do Programa Operacional do Norte, mas foi recusada.
Aires Ferreira referiu que a secretária de Estado desconhecia a situação e que mostrou abertura à proposta da autarquia. "Penso que a candidatura teria pernas para andar", referiu.