Instalada a polémica sobre a qualidade das refeições em algumas escolas de Paredes, a Câmara reuniu-se com as associações de pais e com as direções dos estabelecimentos de ensino. Para esta segunda-feira está agendada uma reunião com a empresa fornecedora.
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Um prato de "legumes à Brás", apenas com couve-flor, cenouras e (sobretudo) batata palha, servido esta semana na Escola Básica e Secundária de Rebordosa, mas comum às EB 2,3 e Secundária de Paredes, causou revolta nos pais e levantou a polémica sobre o problema da qualidade da alimentação nos estabelecimentos de ensino.
Tendo conhecimento de "deficiências nas refeições servidas", a Câmara de Paredes avançou que ia "tomar medidas para que a empresa fornecedora corrija o que não funcionou bem" e falou em "situação pontual". Esta semana já decorreram reuniões com as associações de pais e direções das escolas, para avaliar problemas e possíveis soluções. Para esta segunda-feira está marcada uma reunião com a empresa.
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Américo Rodrigues, presidente da FAPEP - Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Paredes, sustenta que as queixas já existiam, mas têm vindo a piorar, e defende que é preciso investir mais na alimentação escolar, para melhorar a qualidade e diversidade, "nem que se corte noutras despesas". "Uma criança que não é bem alimentada não consegue aprender ou estar atenta", sustenta.
As associações de pais dizem que os problemas não afetam todas as escolas. Por exemplo, as representantes da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Sobreira, Carla Reis e Elsa Barbosa, costumam almoçar, regularmente, na escola para verificar a qualidade da comida e detetar problemas que são, rapidamente, resolvidos. "Estamos acima de tudo atentos", garantem, mostrando-se mais preocupadas não tanto com as refeições escolares, mas com a "facilidade com que os alunos têm acesso a comida fora da escola, sem qualquer valor nutricional e nada saudável". "Na nossa escola não temos grandes problemas, pois temos uma equipa muito boa a trabalhar na cozinha. Parece-nos é que grande parte dos alunos não tem hábitos alimentares", argumentam.
Também a Associação de Pais e Encarregados de Educação de Cristelo faz "almoços surpresa" nas escolas, todas as semanas, para garantir que tudo corre bem. "No nosso agrupamento, o que podem existir são situações pontuais, eventualmente pela falta de algum ingrediente, mas de solução fácil", revela Luciana Rocha. "Aquela situação grave foi uma situação pontual", assegura.
"Na nossa escola também foi servido aquele prato [de legumes à Brás], mas não com aquele aspeto. E os meninos comeram e gostaram", acrescenta. Luciana Rocha adianta que o que defenderam junto da Câmara é a necessidade de dar formação aos funcionários, para que haja uma padronização dos pratos confecionados, e de fiscalizar. "E a Câmara comprometeu-se a isso", assinala. "Também ficou assente a importância de ter sempre ingredientes extra na despensa da escola para garantir um plano B", avança Luciana Rocha.