Os pais dos alunos do agrupamento de escolas de Ponte da Barca anunciaram esta terça-feira que vão encerrar na quinta-feira os portões dos dois polos daquela estrutura, em protesto contra a falta de funcionários.
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Em comunicado enviado à Lusa, a Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca (APPBarca) adiantou que a ação vai decorrer entre as 08:00 e as 09:30 "como forma de alertar os responsáveis para a resolução urgente" daquele problema.
A APPBarca adiantou que aquele agrupamento, composto por dois polos, com quase milhar e meio de alunos, distribuídos pelos vários níveis de ensino desde o ensino pré-escolar ao secundário, e que distam cerca de 200 metros um do outro, "não dispõe de pessoal não-docente suficiente".
De acordo com aquela associação para os 1.402 alunos estão destacados "cerca de 72 funcionários", quando, defendem, "o desejável, seria que existissem mais 30 funcionários".
Contatado pela Lusa, o diretor do agrupamento, Carlos Louro, admitiu que o "número de funcionários é insuficiente para as exigências".
"Lutamos pela colocação de mais pessoal para fazer face às necessidades do agrupamento resultante da fusão de escolas feita em 2007 que juntou escolas diferentes, distantes uma da outra cerca de 500 metros e separadas por uma via pública. Houve duplicação de serviços que requerem mais gente", disse.
Como exemplo Carlos Louro apontou as mais de mil refeições servidas diariamente aos alunos dos diferentes níveis de ensino (do pré-escolar ao secundário), "muitos vindos de várias freguesias do concelho", para além da oferta formativa vocacional, profissional e do Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) que o agrupamento ministra.
"Costumo dizer por graça que só nos falta o ensino universitário", afirmou.
Sobre o protesto Carlos Louro escusou-se a fazer comentários dizendo apenas que "fazer todos os esforços para minimizar os seus efeitos".
Já o presidente da Câmara vai marcar presença no protesto. À Lusa, o socialista Vassalo Abreu justificou a decisão com o facto de considerar a reivindicação "muito justa". Lamentou que o problema se venha "a arrastar há vários anos sem que ninguém queira saber disto para nada", por causa de "uma portaria publicada em 2008".
"O número de funcionários é atribuído com base no pressuposto de que os dois polos são considerados uma escola só, quando na realidade não é. Os dois polos distam cerca de 200 metros um do outro, têm portas de acesso diferentes, ambos dispõem de cantina, e nesse sentido, o pessoal é insuficiente", explicou.
Na nota enviada à Lusa, a APPBarca queixou-se da "inércia e indiferença com que esta situação tem sido encarada" apesar da "indignação" transmitida através de "vários ofícios, reuniões e outros tipos de alertas" ao Ministério da Educação e Ciência (MEC), ao Agrupamento de Escolas e à autarquia.
"É com extrema preocupação que constatamos que desde o primeiro dia de aulas se verifica um número reduzido de pessoal não docente, o que faz com que os nossos filhos e educandos fiquem entregues a si mesmos nos intervalos das aulas", sustentam os pais.