O PAN critica o abate de uma vaca que andava à solta na Segunda Circular, em Lisboa, por agentes da PSP, lembrando que "existem armas de atordoamento". PSP ainda não conseguiu identificar o dono do animal.
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"Existem armas de atordoamento que podiam e deviam ter sido utilizadas", defende Inês Sousa Real, deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN).
"O PAN vai pedir esclarecimentos relativamente a esta situação e a origem do animal. Um desfecho que poderia ter sido evitado com a mobilização de outros meios de contenção", refere, numa mensagem divulgada, este domingo, no Twitter.
Existem armas de atordoamento que podiam e deviam ter sido utilizadas. O @Partido_PAN vai pedir esclarecimentos relativamente a esta situação e a origem do animal. Um desfecho que poderia ter sido evitado com a mobilização de outros meios de contenção.https://t.co/z7J3ocezEu
- Inês de Sousa Real (@lnes_Sousa_Real) December 10, 2022
O caso ocorreu no sábado, pelas 18 horas, quando uma vaca foi detetada a andar à solta na Segunda Circular, em Lisboa, na zona do Colégio Militar.
Está uma vaca à solta na 2ª circular pic.twitter.com/HT62bHdbhV
- Nuno Fraga Coelho (@nunofragacoelho) December 10, 2022
O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis) explicou, em comunicado, que "os polícias tentaram controlar o animal, mas não foi possível por este ter conseguido fugir." Acrescentou, ainda, que "na fuga [o animal] colocou em perigo pessoas e viaturas que circulavam naquela zona, tendo momentos antes investido contra a viatura policial causando danos".
A PSP ainda não conseguiu identificar o dono da vaca. A investigação em curso tenta também localizar o local onde o animal de grande porte estava preso, em condições que permitiram a sua fuga. Ao JN, fonte da PSP reitera a necessidade de se ter procedido ao abate da vaca que, justifica, constituía um perigo para transeuntes e viaturas que circulavam na zona do Colégio Militar.
Segundo a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, a lei obriga a que os bovinos ostentem "um número único de identificação". Esta identificação, define o Sistema Nacional de Informação e Registo Animal, tem a forma de "uma marca auricular convencional e um meio de identificação eletrónico sob a forma de bolo reticular ou marca auricular eletrónica". "O número único de identificação é mantido durante toda a vida do animal", frisa o regulamento.
A lei refere, de igual modo, que "a responsabilidade da identificação dos animais é do respetivo detentor" e que a "identificação dos bovinos é obrigatória até aos 20 dias de vida". Já o "nascimento de qualquer animal tem que ser comunicado à base de dados do Sistema Nacional de Informação e Registo Animal no prazo máximo de sete dias a contar da data da identificação".
No entanto, a vaca abatida neste sábado não teria nenhum destes elementos e, sem esta informação, a PSP iniciou uma investigação para, em primeiro lugar, identificar o dono do animal e, depois, para saber qual o local onde este estava guardado. Até ao momento, apurou o JN, ainda não foi possível obter nenhum destes dados, nem tão-pouco perceber em que circunstância a vaca fugiu, para percorrer mais de cinco quilómetros, numa das principais artérias de Lisboa.
Perante algumas críticas ao abate do animal, a PSP defende que esta era a única solução para travar um animal que colheu, pelo menos, duas pessoas que estavam no passeio e que representava um perigo para todos os que circulavam naquela artéria.