A Câmara de Paredes negou, esta quarta-feira, que o custo da água e saneamento, entre 2009 e 2012, tenha aumentado 34%, esclarecendo que aquele indicador resulta de dados incorretos disponibilizados pelo regulador do setor.
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A percentagem de aumento, obtida com base nos números publicados no "site" da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) assenta, segundo um comunicado da edilidade, "numa premissa errada, especulativa e enganadora".
De acordo com os indicadores do regulador, os custos anuais com a água, em Paredes, subiram, naquele intervalo de tempo 19,69 euros. Como o saneamento, o acréscimo foi de 39,69 euros. Estes dados perfazem um aumento global de 58,76 euros na fatura anual dos dois serviços, o que corresponde a 4,90 euros mensais. Esse aumento terá sido, observados os dados oficiais, o maior ocorrido entre os concelhos do Vale do Sousa.
Os dados da ERSAR reportam-se aos custos imputados aos consumidores domésticos, num universo de 278 concelhos, para um consumo de água anual de 60 metros cúbicos.
No comunicado, o município admite como corretos os dados relativos a 2012, mas sublinha que, em 2009, não era cobrada qualquer verba aos residentes pelo serviço de saneamento.
Nos indicadores do "site" da ERSAR constata-se que, em 2009, a autarquia cobrava 41,16 euros por ano aos munícipes.
Contudo, a Câmara de Paredes esclarece que, "até ao início de 2010, não era cobrado aos consumidores de Paredes o valor pelos serviços de saneamento básico, decorrentes da adesão à SimDouro, empresa de capitais públicos que está a realizar os investimentos necessários à conclusão da rede de saneamento dos municípios de Paredes e Penafiel".
A edilidade questiona se "é legítimo a entidade reguladora especular sobre o custo de um serviço que não existia em 2009 e se não deveria a ERSAR saber da inexistência deste serviço em 2009".
No comunicado refere-se que houve, "por recomendação da própria ERSAR, a necessidade de aplicar uma tarifa, até 2010 inexistente, no que respeita ao saneamento".
"Esta apenas passou a ser refletida na fatura dos consumidores finais a partir de 2010", lê-se no comunicado, concluindo ser "completamente despropositado afirmar que se verificou uma subida de preços naquele intervalo de tempo".
Nega-se ainda, em conclusão, que o aumento nos custos da água e saneamento tenha sofrido o maior aumento no Vale do Sousa.