Assembleia Municipal vota nesta terça-feira resgate da concessão dos serviços de abastecimento de água e de saneamento. Maior parte do concelho não dispõe de rede de saneamento
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O CDS/Paredes responsabiliza PS e PSD, partidos que lideram a Câmara paredense nas últimas décadas, "pelos preços insustentáveis que os munícipes pagam pelo consumo de água e serviços de saneamento". E propõe uma via alternativa às soluções apresentadas por socialistas e sociais-democratas para resolver a questão: a negociação com a empresa que detém a concessão dos serviços de abastecimento de água e de saneamento no concelho.
Na noite desta terça-feira, a Assembleia Municipal de Paredes irá votar a proposta do atual executivo socialista para resgatar a concessão destes serviços.
"Ambos, PSD e PS, são responsáveis. O PSD porque concessionou a água em vez de manter os serviços sob a tutela do município e o PS porque está há três anos no poder e só agora, por motivos eleitoralistas, quer tapar o sol com a peneira. Se os socialistas estivessem interessados em resolver o problema, coisa que prometeram como prioridade na campanha eleitoral, não esperavam pelas vésperas das eleições", refere o líder centrista, José Miguel Garcez.
O presidente do CDS/Paredes vai mais longe nas críticas e antevê que nada se resolva num processo que se arrasta há décadas sem que a maior parte do concelho disponha de infraestruturas, sobretudo, de saneamento. "O PSD vendeu mal, o PS vai comprar sem olhar a custos. Há uma terceira via. A da negociação que, verdadeiramente, o PS nunca quis fazer. Vai atirar a solução para depois das eleições e depois fica tudo como dantes", crítica.
Recorde-se que o abastecimento de água e de saneamento em Paredes foi concessionado pelo PSD, segundo Garcez, "sem precaver os encargos futuros" e com uma "incapacidade de cumprir os compromissos que então assumiu. " A concessão da água pode ter servido interesses particulares, mas prejudicou todos os consumidores do concelho de Paredes", acusa.
O centrista também imputa "responsabilidades políticas pessoais" a Alexandre Almeida, socialista que assumiu a presidência da autarquia em 2017 e que "avocou a si este processo", revelando, porém, "incapacidade para renegociar a concessão e falta de vontade política. "Sobretudo, enganou os paredenses dando a entender durante este tempo todo que as conversações e um acordo com a Be Water estavam praticamente concluídos e agora apresenta o resgate como forma de resolução", refere José Miguel Garcez.