Há três dias que dezenas de passageiros, incluindo estudantes, dos autocarros que percorrem a EN 207, entre Fafe e Póvoa de Lanhoso, têm de atravessar a pé a ponte de Passos, que está interdita a pesados, e apanhar outro transporte do lado de lá para chegarem ao seu destino.
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O problema remonta a 2006, quando foi detetada uma anomalia na estrutura da ponte, em Fafe. As diligências então feitas não resultaram e, há quatro anos, foi interditada a circulação a veículos com mais de 10 toneladas. Nessa altura, o trânsito de pesados foi desviado para uma estrada municipal, de acesso à freguesia de Passos, e deteriorou a via, tendo as obras de requalificação começado há duas semanas. O problema é que os pesados ficaram sem alternativa.
"Não temos opção", disse ao JN Armindo Salgado, responsável da ARRIVA, empresa de transporte que assegura as carreiras regulares entre Fafe e Póvoa de Lanhoso. É que, desde anteontem, os autocarros chegam a uma extremidade da ponte e deixam sair os passageiros para que, do outro lado do tabuleiro, possam entrar numa outra viatura para seguir viagem.
Quem paga a fatura?
"É um transtorno e uma despesa desnecessária", afirmou Armindo Salgado. Uma fatura que a empresa vai passar à Câmara, no valor de cerca de 750 euros/dia, "até que a Autarquia e a Infraestruturas de Portugal (IP) se entendam", concluiu. Por sua vez, a Câmara avisa que vai endossar a despesa à IP. "Alguém terá de pagar, mas a Câmara não será. Há responsabilidades da IP que têm de ser assumidas", atirou Raul Cunha, edil fafense.
Ao JN, o autarca garante que já reuniu com o secretário de Estado na IP. "Todos foram informados de que íamos intervir na estrada e que o desvio ia ser suspenso. Todos assobiaram para o ar, mas não íamos adiar mais o início das obras". Raul Cunha admite que "a situação não é a melhor" e que nos próximos dias será encontrada uma alternativa para desviar o trânsito - entre Revelhe e Queimadela -, que custará "mais 20 minutos de viagem".
A IP assumiu, ao JN, que "o processo concursal para a nova ponte está a decorrer", mas há já pessoas no terreno para "coordenar os desvios e minimizar a situação".