O passe intermodal em Coimbra vai arrancar a meio gás, integrando os transportes urbanos da cidade e o "metrobus", já os transportes intermunicipais só deverão entrar no sistema de bilhete único em 2026.
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O passe intermodal na região deverá começar a funcionar assim que a operação comercial do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), entre Coimbra e Lousã, possa arrancar, integrando, numa primeira fase o "metrobus" e os autocarros dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), disse à agência Lusa a vereadora da Câmara Municipal com a pasta da mobilidade, Ana Bastos.
"Tudo está a ser tratado nesse sentido e tencionamos que, quando a operação comercial [do SMM] estiver em condições, arrancamos com a intermodalidade", acrescentou.
A Agência para a Gestão do Sistema Intermodal da Região de Coimbra (AGIT), detida pela Câmara de Coimbra e pela Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, é a empresa que vai gerir a intermodalidade e a repartição de receitas entre operadores, tendo sido criada no final de 2024.
Segundo Ana Bastos, que é vogal na AGIT, "as coisas estão devidamente coordenadas" para que a plataforma possa estar pronta, acreditando que possa entrar a breve prazo uma fase de testes de bilhética.
Para mais tarde, ficará a integração dos transportes intermunicipais da região de Coimbra, cuja nova rede arrancou em agosto, com operação assegurada pela Busway, que venceu o concurso público internacional lançado pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC).
O presidente da CIMRC, Emílio Torrão, disse à agência Lusa que aquela entidade decidiu avançar logo com a rede intermunicipal sem ter a intermodalidade pronta, esperando que essa integração possa acontecer dentro de seis meses a um ano.
Segundo o responsável, será necessário criar um "histórico" desta nova rede com o operador e, posteriormente, avançar com uma alteração contratual que implica aprovação do Tribunal de Contas, já que o bilhete único "altera os pressupostos do contrato dos transportes intermunicipais".
Emílio Torrão vincou que o próprio operador tem interesse na intermodalidade, "já que torna tudo mais atrativo" e assegura a captação de mais clientes.
"Eu não vejo o futuro sem intermodalidade", vincou.
Já sobre a futura integração da CP no passe intermodal, Ana Bastos disse que a vontade de ambas as partes em integrarem os serviços de comboios no passe da região de Coimbra "é imensa", mas há um problema de "compatibilidade dos sistemas de bilhética", que também acontece em Lisboa e no Porto.
"A CP está a compatibilizar-se e irá entrar assim que houve condições", vincou.
A proposta de tarifário a ser implementado pela AGIT prevê passes mensais de 30 euros para viagens dentro de um município, 35 euros para dois e 40 euros para mais de dois municípios da região de Coimbra (cuja CIM integra 19 concelhos).
O valor está em linha com aquele que é praticado nos sistemas metropolitanos do Porto e de Lisboa (nesses casos 30 euros para viagens dentro de um município e 40 euros para toda a zona metropolitana).
O bilhete único pré-comprado da AGIT terá o custo de um a três euros (também dependendo do número de municípios na viagem).
Os utilizadores vão também poder comprar bilhetes simples a bordo, bilhetes válidos para um dia, três dias e sete dias.