Os barreirenses têm desde ontem 900 metros de passeio ribeirinho para desfrutar ao longo da Avenida Bento Gonçalves. A infra-estrutura, que custou mais de dois milhões de euros, trouxe uma nova vida à zona da cidade.
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"Agora já podemos passear à vontade", afirma Daniel Cabrita, de 75 anos, mostrando-se satisfeito com a mudança. "Já vejo mais gente aqui a passear ao fim-de-semana. Está espectacular", considera.
"Já fazia falta há muito tempo. Isto dá vida à avenida. O nosso Barreiro tem de ser modernizado", enaltece, por seu lado, Florinda Graça, de 65 anos, que já combinou com uma amiga começar a fazer caminhadas ao fim-de-semana para praticar exercício físico.
Luís Carreira, de 49 anos, já usufrui também do espaço com a família. "O trabalho que fizeram com a muralha foi espectacular. Agora não temos o problema de andar aqui e isto abater", refere, lembrando que o espaço "estava muito degradado". "O Barreiro tem uma excelente frente ribeirinha. Temos de a aproveitar", avançou o presidente da Câmara Municipal, Carlos Humberto, na cerimónia de inauguração do passeio.
Para o autarca, a estratégia de reabilitação da cidade passa em primeiro lugar por contrariar as opções do passado. "Nós construímos o concelho de costas voltadas para o Tejo e para Coina e precisamos de rectificar este erro", adiantou ao JN, frisando que em 2010 o passeio ribeirinho, agora inaugurado, terá condições para ser prolongado em cerca de 600 metros até ao Clube Naval Barreirense.
Carlos Humberto lembrou que a revitalização da zona ribeirinha, que prevê ainda intervenções na zona de Alburrica, assume maior importância numa altura em que a cidade do Barreiro vai sofrer uma total revolução com a construção da Terceira Travessia do Tejo, o projecto do arco ribeirinho do Sul, a nova estação do Lavradio e a ponte Barreiro-Seixal.
Estes projectos de investimento público foram igualmente defendidos pela secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino. "Irão mudar o paradigma social e económico do Barreiro, deixando de ser um território periférico e passando a ser uma nova centralidade", adiantou.
"Este é o único corredor em toda a área metropolitana de Lisboa sem ligação directa à margem Norte do Tejo", lembrou, justificando assim a construção da nova ponte.
Numa parceria entre a Câmara do Barreiro e a Administração do Porto de Lisboa, o passeio ribeirinho custou um milhão e 952 mil euros, acrescidos de IVA, o que totaliza dois milhões e 342 mil euros.
Para finalizar a obra, falta a colocação de árvores e de mobiliário urbano, nomeadamente bancos e papeleiras.