O maior pastel de Tentúgal de sempre vai este domingo ser confeccionado e dado a provar aos visitantes da VIII Feira de Doçaria Conventual.
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Desde este sábado que esta vila do concelho de Montemor-o-Velho está em festa.
"Um mega pastel de oito metros vai ser a grande atracção deste evento", disse ao JN Olga Cavaleiro, presidente da Associação de Pasteleiros de Tentúgal (APT), entidade organizadora da VIII Feira de Doçaria Conventual de Tentúgal.
Serão cerca de 120 dúzias de ovos, 120 quilos de farinha, 40 quilos de açúcar e seis litros de água que as doceiras da região irão, sob a orientação do chefe Luís Lavrador, transformar no maior ex-líbris da região alguma vez feito e que, dizem, iré depois "fazer a delícias dos visitantes".
Quem o garante é Olga Cavaleiro, também presidente da Confraria da Doçaria Conventual de Tentúgal, que ontem realizou o II Grande Capítulo em homenagem aos 900 anos da primeira Carta de Foral de Tentúgal. Houve ainda a entronização dos confrades de honra: o Grupo de Cantares de Tentúgal, D. Ximenes Belo, José Saramago e o Diário de Coimbra e de novos confrades efectivos.
O certame abriu ontem ao público, no Adro de Nossa Senhora das Dores, com uma mostra e venda de doces conventuais da região e a inauguração de uma exposição dedicada ao Espírito Santo, designada por "Veni Creátor Spiritus". Um espólio único, constituído por diversos objectos e documentos evocativos ao Espírito Santo, na sua maioria pertença da colecção privada do historiador e investigador Paulino Mota Tavares, mas também dispensados pelos municípios de Tomar e de Angra do Heroísmo, que ficará exposto até amanhã na Capela de Nossa Senhora das Dores.
Quanto ao Pastel de Tentúgal, que espera pela atribuição do DOP - Denominação de Origem Protegida, tem uma história de quatro séculos. Começou a ser confeccionado no Convento das Carmelitas, também conhecido por Convento de Nossa Senhora da Natividade, que o ofereciam como forma de agradecimento a quem as presenteava também.
Com o passar dos anos, o local começou a ser ocupado por religiosas à "força". Para o Convento iam as filhas bastardas, as jovens de grades famílias que cometiam algum deslize e viúvas com comportamento impróprio. A falta de oferendas começou a causar problemas de subsistência e as religiosas começaram a vender os pastéis na roda.
A feira, que hoje termina, conta ainda com uma mostra de artesanato e produtos endógenos, como o Arroz do Baixo Mondego, vinho e o Sal da Figueira da Foz e variados espectáculos de índole popular.