Programa de atividade física é gratuito e está associado a estudo.
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Três vezes por semana, faça chuva ou sol, mais de 100 mulheres pós-menopáusicas de Penafiel, entre os 45 e os 70 anos, participam num programa de exercício físico orientado para as suas necessidades específicas, supervisionado por profissionais especializados e gratuito. O grande objetivo do "Meno(s)Pausa+Movimento", que está associado a uma vertente de investigação, passa por melhorar a qualidade de vida destas mulheres, mais propensas a questões como a depressão, a obesidade, problemas cardiovasculares e oncológicos, entre outros. A assiduidade é de 95%.
Na menopausa há oito anos, Márcia Machado, de 57, tentou o ginásio, mas não se adaptou. Já neste projeto encontrou "pessoas com as mesmas dificuldades" e sentiu-se "à vontade". Ela que é cuidadora do marido reconhece que teve "benefícios mentais e de ordem social e física".
"Noto-me com mais energia, as dores passaram, sinto-me menos deprimida e com mais agilidade", garante. O médico de Maria Emília, de 55 anos, tirou-lhe a medicação para o colesterol com a condição de fazer exercício. Quando soube deste programa gratuito não hesitou. "Com a menopausa ganhei volume e não estava a conseguir perder só com cortes na alimentação. Agora já noto melhorias", afirma.
Fátima Marques, que aos 62 anos nunca tinha praticado exercício, também já sente as mudanças desde fevereiro. "Perdi quatro quilos. Mas ainda me custa muito a caminhar nas subidas, fico mais ofegante", explica, não escondendo que, sendo viúva e com uma reforma pequena, não conseguiria praticar exercício se tivesse de pagar.
É para contrariar isso que a Câmara de Penafiel criou este programa, em parceria com Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o Agrupamento de Centros de Saúde do Vale do Sousa Sul e o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa. As mulheres realizaram uma avaliação física e clínica e a aposta é no exercício em ambiente natural. Os percursos são adaptados às participantes, havendo treino de força, flexibilidade, equilíbrio e cardiovascular.
Emília Alves e Helena Moreira são as docentes que coordenam a equipa de investigação que monitoriza resultados. "Elas relatam que se sentem mais funcionais nas tarefas e têm alterações corporais. Há quem já tenha deixado a medicação para dormir", adianta Emília Alves. "Quando o exercício é feito em contacto com o ambiente há benefícios adicionais. Quer-se uma melhoria geral dos indicadores de saúde, redução dos níveis de ansiedade, depressão, obesidade e melhorias no sono", acrescenta Helena Moreira.
O vereador do Desporto Pedro Cepeda refere que o projeto vai resultar também num "trilho pedestre, homologado, que seja apto a este tipo de população".