<p>A Acuinova está em velocidade de cruzeiro. A segunda fase de produção foi antecipada e estará pronta ainda este ano. Para assegurar o funcionamento do projecto, estão a ser recrutadas três pessoas por mês.</p>
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O maior projecto mundial de aquicultura destinada à produção de pregado, situado na praia de Mira, vai de vento em popa. A garantia foi dada ontem ao JN pelo presidente da Pescanova Portugal, Carlos Henriques: "A segunda fase de produção estava prevista para 2010, mas vai estar pronta ainda no final deste ano". Nos tanques da Acuinova mergulham todos os meses entre 400 a 500 mil toneladas de peixe pequeno. No total são já 2,5 milhões.
A Acuinova vai produzir, para já, sete mil toneladas por ano de pregado, e irá começar a vender no próximo ano. A maioria da sua produção será destinada à exportação, sobretudo ao mercado europeu. O projecto, orçado em 140 milhões de euros, é ambicioso e Carlos Henriques espera que 50% do total de vendas da Pescanova derive da aquicultura.
Para assegurar o funcionamento do projecto, a Pescanova conta já com 40 postos de trabalho directos, 35 dos quais são habitantes locais. "Neste momento, estamos a contratar três pessoas por mês, mas vamos aumentar o ritmo de contratação a partir de meados do próximo ano", avançou o mesmo responsável. Inaugurado há quatro meses, o empreendimento da multinacional espanhola conta dar emprego directo, numa fase mais avançada, a cerca de 200 pessoas.
Questionado sobre as razões que levaram a empresa a fazer, recentemente, um aumento de capital de cerca de 100 milhões de euros, o maior em 33 anos e que representa um terço da sua actual capitalização em bolsa, Carlos Henriques garantiu que este aumento serviu para reequilibrar as contas da companhia e aumentar o free float (quantidade de acções livres que existem cotadas em bolsa). No que toca a investimentos, por enquanto, Mira é a grande aposta da Pescanova, mas a empresa não fecha a porta a novos investimentos em Portugal.
"Agora o nosso investimento está centrado na dinamização dos projectos que já temos como Mira e África do Sul", explicou.
A unidade da Pescanova está instalada a 500 metros da linha de duna e irá funcionar a partir de três emissários que captam 30 metros cúbicos por segundo de água do mar, a três quilómetros. A água é enviada por debaixo de terra para a unidade. Depois de usada nos vários tanques, a água, tratada e liberta de resíduos orgânicos, é devolvida ao mar.