Plataforma das Artes em Guimarães vai ser financiada como CCB e Casa da Música
Presidente do Património Cultural, IP deu “palavra de honra” aos vimaranenses relativamente à recuperação da igreja de Santa Marinha da Costa.
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Os ministros da Defesa, Nuno Melo, e da Cultura, Dalila Rodrigues, estiveram, na manhã desta sexta-feira, em Guimarães, para assinar com o Município dois protocolos. Um para a reparação do padrão de D. João I e outro, mais vasto, envolvendo, entre outro património, a igreja do Mosteiro de Santa Marinha da Costa. Na ocasião, Dalila Rodrigues assumiu o compromisso, que quem lhe suceder "terá de cumprir”, de financiar com 300 mil euros anuais o Centro Internacional de Artes José de Guimarães (CIAJG), um equipamento herdado da Capital da Cultura 2012.
A ministra da Cultura reconheceu que a intervenção na igreja de Santa Marinha da Costa “é uma emergência”. “Em 2022, a Direção Geral de Cultura do Norte classificou a intervenção como prioritária”, sinalizou Dalila Rodrigues. Assegurando que a preservação do património é um “imperativo”, a ministra afirmou que está a ser feito um levantamento do todo o património em risco. “Herdamos uma situação de emergência”, queixou-se a governante. “Recebemos inúmeras solicitações de todo o país”, acrescentou.
Domingos Bragança quer obras de fundo
No caso da igreja de Santa Marinha da Costa, a ministra garantiu que, “ainda este ano, avançam as obras no telhado, com fundos do Fundo de Salvaguarda do Património”.
O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, repetindo aquilo que já tem dito noutras ocasiões, lembrou que “não é suficiente evitar as infiltrações, este património inestimável precisa de uma intervenção de fundo”. O presidente do Património Cultural, IP, João Soalheiro, deu a sua “palavra de honra” aos vimaranenses que se vão "resolver os problemas no Mosteiro”.
CIAGJ vai ser financiado pelo Orçamento do Estado
A ministra da Cultura aproveitou a presença em Guimarães para aceder a uma antiga reivindicação local, o financiamento do CIAJG pelo Orçamento do Estado, à semelhança do que acontece com outras infraestruturas resultantes de capitais europeias da cultura, como o Centro Cultural de Belém (CCB) ou a Casa da Música. Dalila Rodrigues afirmou que este será “um compromisso para quem vier a assumir responsabilidades nesta área” e acrescentou que “o CIAJG não pode deixar de ter apoio”.
No momento, foi também firmado um acordo entre os ministérios da Defesa e da Cultura, Património Cultural, IP, Município de Guimarães e a Fundação Aljubarrota, para a recuperação do padrão de D. João I. O monumento nacional, que assinala a vinda do rei português a Guimarães (em junho de 1386) para agradecer a Nossa Senhora da Oliveira a sua intervenção na vitória sobre os castelhanos na Batalha de Aljubarrota, foi vandalizado, em junho do ano passado, e vai agora ser recuperado. “Não é uma intervenção muito onerosa, cerca de 30 mil euros, mas é complicada e demorada”, esclareceu João Soalheiro.