Duas das empresas do grupo estão à espera da declaração de insolvência e, a partir desse momento, não poderão fazer mais pagamentos.
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A Polopiqué Tecidos recebeu um pagamento de 150 mil euros e a administração prometeu canalizar o valor para o pagamento de 70% do salário de agosto, que está em atraso. Por pagar vai ficar o resto do ordenado e o subsídio de férias. O Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes alerta para a necessidade de fazer os movimentos "a todo o gás", porque a partir do momento em que for decretada a insolvência não será possível realizar mais movimentos.
O Grupo Polopiqué está a fazer uma reestruturação pedindo a insolvência de duas empresas - Polopiqué Tecidos, em Moreira de Cónegos, e CottonSmile, em Vizela - e requerendo Planos Especiais de Revitalização (PER) para outras duas - Polopiqué Comércio e Indústria de Confeções e Polopiqué Acabamentos Têxteis. Francisco Vieira, coordenador Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, reconhece que as duas empresas apresentadas à insolvência estão mortas, só estranhando a demora do tribunal para a decretar. "Para os trabalhadores, que já receberam mensagens de correio eletrónico a anunciar o fim das empresas, cada dia que passa sem que a falência seja oficializada é ver o calote a aumentar", referiu.
"Recebemos a informação de que teriam entrado na conta da Polopiqué Tecidos 150 mil euros que seriam canalizados para o pagamento de 70% dos salários de agosto, uma vez que a quantia não seria suficiente para liquidar a totalidade da dívida aos funcionários que ainda inclui o subsídio de férias", informou o representante do sindicato. "Pelo que nos foi transmitido, nas duas unidades que têm PER, os salários e os subsídios estão pagos. Esta informação, contudo, carece de confirmação, porque sabemos que havia trabalhadores que foram de férias sem receber o subsídio", acrescentou.
Insolvência está a tardar
As férias dos funcionários das duas empresas que entraram com processos de insolvência terminam esta sexta-feira. Todavia, se o tribunal não decretar a falência e "se não receberem nenhuma comunicação oficial a dizer-lhes para ficarem em casa, na segunda-feira, terão de se apresentar ao trabalho", sublinha Francisco Vieira. O Grupo Polopiqué emprega, atualmente, 800 pessoas e o processo de reestruturação em curso prevê reduzir este número para metade.