Os 274 trabalhadores da Cottonsmile e da Polopiqué Tecidos têm-se revezado, desde dia 8 de setembro, numa vigília na porta da sede do grupo empresarial, em Vilarinho, Famalicão.
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Garantem que há colegas a passar dificuldades e estão a pedir ajuda, sob a forma de bens alimentares. As duas unidades fazem parte do Grupo Polopiqué e foram apresentadas à insolvência, mas o Tribunal de Santo Tirso ainda não tomou a decisão e, hoje, soube-se que a juíza pediu mais elementos. A empresa remete a solução do problema para o administrador de insolvência que vier a ser nomeado.
Os trabalhadores foram informados, no dia 27 de agosto, numa altura em que estavam a gozar férias, de que as duas empresas iriam encerrar. No caso da Cottonsmile, estão por pagar o subsídio de férias e o salário de agosto. Na Polopiqué Tecidos, está em atraso o subsídio de férias e 30% do salário de agosto.
"Mandaram-nos um email, em agosto, a dizer que não tinham pago o subsídio porque alguns fornecedores tinham atrasado os pagamentos. Supostamente iam pagar na semana seguinte, mas até agora nada", queixa-se Joana Gomes, uma das funcionárias que estava no piquete ontem à tarde.
Esta postura por parte da empresa apanhou alguns desprevenidos. "Foram de férias sem saber o que ia acontecer, gastaram algum dinheiro e agora há o regresso das crianças à escola, as rendas de casa e as pessoas têm de comer. Há algumas mães sozinhas que já estão a passar mal", alerta Joana Gomes.
Trabalhadores estão a pedir ajuda, sob a forma de bens alimentares
Foto: Rui Dias
Ajuda de emergência
Mesmo perante a informação de que estavam dispensados, por não haver trabalho e porque a empresa ia fechar, os funcionários apresentaram-se para o trabalho no final das férias. Contudo, dia 8 de setembro, foram impedidos de entrar. Desde essa altura, montaram um piquete em frente à sede da Polopiqué e estão a pedir ajuda sob a forma de bens alimentares, para os casos de maior aflição.
Há trabalhadores com uma situação financeira mais sólida que aparecem com doações para os colegas e grupos de outras fábricas da região que também se juntaram para ajudar. Hoje, soube-se que a juíza pediu elementos adicionais à empresa para poder decidir sobre o pedido de insolvência. A administração da Polopiqué não estava disponível para falar com o JN.